Nos campos de Criúva, um cavaleiro vem chegando, ao longe. Passa em meio ao gado, se aproxima da mangueira, apeia e entra numa casa. É o músico Gilney Bertussi, que é recepcionado por seus pares — entre eles, o pai, Adelar Bertussi — ao lado de um fogo de chão. E a cantoria, como seria de se esperar, logo tem início. Assim começa o DVD Gilney Bertussi, Filho de Gaiteiro — O Legítimo Herdeiro da Música Bertussi, que será lançado nesta terça-feira no Centro de Cultura Ordovás, em Caxias do Sul.
Viabilizado pelo Financiarte e gravado em abril do ano passado, o DVD traz músicas e depoimentos para registrar a trajetória artística de Gilney, que começou a tocar com nove anos. Também é o último registro em imagens de seu pai, Adelar, falecido cinco meses depois, em setembro, e que nessa obra fala do filho, canta e toca com ele. Diversos outros músicos, integrantes e ex-integrantes do grupo Os Bertussi, além de convidados, participaram das gravações.
— No tempo que eu tinha o (conjunto) Reis do Fandango, ele já tocava no baile com a banda, bem pequenotinho. (Agora) Está muito bem encaminhado, está me substituindo muito bem. Ele sem dúvida é a continuação dos Bertussi — diz Adelar entre duas músicas, garantindo ainda que Gilney lhe dava muito orgulho por deixar amigos onde vai, assim como ele próprio e o irmão Honeyde, também já falecido, faziam.
Outros músicos também ajudam a relembrar a carreira de Gilney, como Ernesto Nunes, que escreveu para ele a música que dá título ao DVD, Filho de Gaiteiro. Mas a canção de abertura é mesmo um clássico de Adelar e Honeyde, Sangue de Gaúcho, cantada por pai e filho. Bertussi pai, aliás, participa de várias músicas, ora cantando, ora tocando, ou simplesmente com seus olhos azuis voltados para o filho, cheios de orgulho. A gravação traz ainda trechos do Festchê 3, gravados ao vivo durante uma Festa da Uva, em que são apresentados os clássicos Oh de Casa e Cancioneiro das Coxilhas. E várias composições próprias:
— Duas que eu gosto muito são Agalopito e Chora Cordeona, que fiz na adolescência e são menos conhecidas — revela Gilney.
Com uma agenda de shows movimentada — falou com o Pioneiro entre uma apresentação feita em Criúva, no sábado, e outra que faria em Carlos Barbosa, na noite de domingo —, Gilney Bertussi, 54 anos, vê com tranquilidade esse momento. Afinal, está na música há várias décadas. No entanto, sabe que, com a ausência do pai, o peso do legado aumenta:
_ Agora, a responsabilidade ficou maior.
Agende-se
:: O quê: lançamento e exibição do DVD Gilney Bertussi, Filho de Gaiteiro — O Legítimo Herdeiro da Música Bertussi.
:: Quando: nesta terça, dia 15, às 19h30min.
:: Onde: na Sala de Cinema Ulysses Geremia, no Centro de Cultura Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312), em Caxias.
:: Quanto: entrada franca.
:: O DVD: Acit, 17 faixas + depoimentos, 1h47min; preço promocional de lançamento: R$ 22,90.
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