Uma guria de Porto Alegre ganha Nova York e mostra seu talento na GloboNews. Candice Carvalho Feio, 32 anos, está morando há três anos e quatro meses na cidade norte-americana. No canal, é produtora, repórter e correspondente do "Estúdio i".
Antes de se decidir pela virada profissional – e pessoal –, foram cinco anos de TVCOM. Nessa conexão direta Porto Alegre-Nova York, Candice fala, por WhatsApp, à coluna Aqui entre nós, sobre saudade, novos e generosos amigos e a realização profissional sem data para acabar.
Aqui Entre Nós – Nesse tempo que estás aí, conseguiste voltar a Porto Alegre para matar a saudade?
Candice Carvalho Feio – Sim, geralmente, vou menos do que gostaria: uma vez por ano. E é sempre muito bom, uma confusão de sentimentos (risos) e corrido, porque aproveito para ir a GloboNews no Rio. Mas é uma energia que eu consigo guardar e usar um pouquinho a cada dia (risos), quando volto pra cá (Nova York).
Aqui – Que matérias te marcaram por aí?
Candice – Tem algumas, mas a mais recente, e que eu não vou esquecer, foi a cobertura da eleição americana. Foi minha primeira cobertura de eleição. Polarizou os Estados Unidos, foi um momento político e social interessante de observar como jornalista. Na outra matéria, fui como produtora do Fantástico para acompanhar o Tony Bennett com a Lady Gaga. Sou muito fã do Tony Bennet, queria tirar uma foto com ele, e a assessoria de imprensa não deixava. A Lady Gaga virou pra mim e disse: "Quer que eu tire a foto?". A Renata (Ceribelli) fica sacaneando que a Lady Gaga deve ter feito anos de terapia porque um fã não quis tirar foto com ela!
Aqui – Aliás, foi rápido teu entrosamento com os colegas?
Candice – Eles me receberam de um jeito muito caloroso que me surpreendeu. Cheguei em Nova York, vindo da TVCOM, e entrei na Globo como estagiária. Eu tava com aquela ideia que as pessoas iriam ser fechadas e, obviamente, estava intimidada por trabalhar com gente que eu admirava. Mas foi o oposto: as pessoas gentis, querendo ajudar, ensinar, abrindo espaço para eu que pudesse perguntar. O clima é muito bom. Por estar longe da família, a gente acaba sendo uma família de certa forma. Eu passei o Natal com estas pessoas.
Aqui – E a Renata Ceribelli virou uma grande amiga tua. Aparece muito nas tuas redes sociais.
Candice – A gente (equipe na redação da emissora) iria pro show da Bibi Ferreira aqui. Entramos no metrô, começamos a conversar, e ela já foi logo me dando dicas para a carreira. A Rê foi apresentadora do Fantástico, é uma repórter incrível, viu essa piralha do Rio Grande do Sul e foi tão generosa comigo. Teve um papel importante de amiga e mãe. Passei por um momento muito difícil de perder o meu pai (José Feio), enquanto eu estava aqui. A Rê foi a pessoa que me deu colo. Eu amo a Renata (risos)!
Aqui – Por que Nova York?
Candice – Quando tinha 16 anos, morei no Mississippi, me formei aqui (Estados Unidos), no High School. Fiquei com o desejo de morar fora de novo, mas numa grande cidade. Quando entrei na RBS, adiei o plano. Cinco anos depois, ganhei uma licença não remunerada e decidi que estudaria Relações Internacionais. Cursaria três meses de forma presencial em Nova York, e, nos últimos três meses da licença, iria pro Havaí, porque eu surfo e queria ficar lá. O meu namorado não veio, a gente iria namorar à distância. Mas, em Nova York, tudo mudou. Comecei a estudar, consegui o estágio na Globo, e a história começou a crescer. Abriu uma vaga na GloboNews. Aí, terminei o meu namoro, porque eu não tinha perspectiva de voltar pro Brasil. Além de tudo isso, o meu pai tinha uma relação forte com Nova York, era piloto da Varig, me trouxe pra cá duas vezes na minha infância. Só posso ter tido essa influência!
Apaixonada por surfe, Candice teve a oportunidade de fazer uma matéria depois da tempestade de neve Jonas para o Estudio i, surfando em Rockaway, NY. Fria? Que nada! Uma baita aventura!
Aqui – Tens a ambição de ir para a TV Globo em canal aberto?
Candice – A GloboNews me dá muitas possibilidades, lida com a informação de várias formas. Tô muito feliz na GloboNews.
Aqui – Pretendes voltar para o Brasil?
Candice – Não tenho data pra voltar, meu contrato é por aqui. Mas sinto muita saudade. Apesar de nunca tomar chimarrão em Porto Alegre, aqui, eu tomo! Apesar de nunca escutar Graforréia Xilarmônica em Porto Alegre, aqui, escuto. Pretendo ficar em Nova York por mais um ano, dois anos, três anos... Vai saber? Eu não sei (risos).