Quais eram os hábitos e costumes dos moradores de Galópolis durante sua juventude, nas mais variadas épocas? Que locais frequentavam, quais eram os espaços, rituais e “febres” da mocidade deles? Que lembranças são recordadas até hoje? Ao longo dos próximos dois meses, a comunidade terá as respostas para vários desses questionamentos.
Trata-se da terceira temporada do podcast Memórias de Galópolis, realizado via parceria entre o Ponto de Memória Inventário Participativo de Galópolis e a Escola Estadual de Ensino Médio Galópolis.
As novas entrevistas com os moradores da localidade – abordando diferentes aspectos de suas experiências juvenis – foram gravadas pelos estudantes da turma 302, na disciplina Juventudes e Desenvolvimento Pessoal, mediada pela professora Geovana Erlo.
Segundo Geovana, “o objetivo das entrevistas foi identificar como foram constituídas as juventudes ao longo do tempo e do espaço de Galópolis, retratando, por meio dos depoimentos de moradores e pessoas ligadas à comunidade, como as experiências juvenis foram se transformando, assim como os seus espaços de sociabilidade”.
Ao longo dos oito episódios, que serão disponibilizados semanalmente (leia no quadro ao fim da matéria), será possível conhecer e reconhecer as histórias de vida de convidados que conviveram com as juventudes em diferentes momentos de Galópolis.
– Os estudantes convidaram moradores e pessoas próximas da realidade escolar que possuem laços de pertencimento com Galópolis, e isso fez com que eles também se sentissem parte – avalia Geovana.
DEPOIMENTOS
Os oito episódios trazem depoimentos de moradores como Tatiana e Inês Muner, Júlio César Lorenzi, Elzio e Sueli Tisott, Rita Furlan, Carla e Celina Matté, Therezinha Comerlato Filippi, Fernanda de Souza e Lídia Nicoletti Canale.
Eles foram coletados pelos estudantes Ana Julia de Souza, Andressa Pagliosa, Andressa Roberta dos Reis, Andrielle Melo Vaz, Carolina da Silva Reis de Vargas, Cecilia Mendes da Silva, Eduarda Prestes Gubert, Eduardo Echer Padilha, Érica Nunes de Almeida, Evelyn dos Santos Costa, Gabriele Gettert Campanaro, Gabrielly Moraes Boeira, Geovana Bampi, Giovana de Lima de Souza, Isabela Cristina Lemos Lopes de Souza, Jean Vicent Carrizales Leonett, Júlia Arbugeri Perotti, Julia Cruz Klosinski, Julia Rodrigues Leite, Larissa da Silva Vargas, Laura Matté Pattis, Luan Rafael Moraes da Rosa, Luana Wever da Silva, Marina Terres da Silveira Alves, Raissa dos Reis Melara, Sandi Moreira Tadioto, Tayna Figueiredo Alves, Uriel Francisco Isoton e Yorge Jose Rondon Rojas.
ONTEM E HOJE
O contato entre gerações, culturas e realidades distintas – inclusive de outros países, tendo em vista a presença de estudantes que migraram recentemente ao Brasil – proporcionou diálogos que questionaram o papel e o lugar da juventude em Galópolis ao longo de diferentes períodos. São relatos ora nostálgicos, ora sensíveis e até mesmo “polêmicos”.
É o caso da entrevista cedida pela senhora Therezinha Comerlato Felippi, que reflete sobre o papel da mulher na sociedade galopolitana, desde a participação nos concursos de beleza até o trabalho e a maternidade.
Abaixo, dona Therezinha dando seu depoimento ao estudante venezuelano Yorge Jose Rondon Rojas, de 17 anos. Na sequência, a jovem Therezinha em meados da década de 1950, pelas lentes do fotógrafo Sisto Muner.
O GRUPO ESCOLAR PARANÁ
O projeto também aproximou os estudantes da própria história da Escola Estadual de Ensino Médio Galópolis – que desde sua criação, em 31 de março de 1978, ocupa a edificação do antigo Grupo Escolar Paraná.
Originalmente, o Grupo Escolar Paraná possuía estrutura e recursos humanos suficientes para atender tanto os filhos dos operários do antigo Lanifício São Pedro quanto os filhos de pequenos agricultores do interior de Galópolis.
Em um artigo escrito juntamente com a historiadora Luiza Iotti, a professora Geovana Erlo reforça que esta instituição de ensino foi a primeira experiência de educação pública e gratuita em Galópolis, tendo em vista que o Colégio Irmãos Chaves atendia os filhos dos trabalhadores têxteis mediante desconto diretamente em suas folhas de pagamento.
Esta, porém, não é a realidade atual da Escola Estadual de Ensino Médio Galópolis. Com as chuvas do mês de maio e a enxurrada do Arroio Pinhal, a estrutura da pequena e já obsoleta cozinha que atendia aos mais de 320 estudantes dos três anos do Ensino Médio ao longo dos três turnos foi danificada.
Desde então, além de ser a única escola de Caxias do Sul que não possui refeitório, também perdeu a estrutura de preparo de alimentos Mesmo assim a escola continua em funcionamento, sendo, inclusive, referência a nível regional em projetos de educação patrimonial.
É o caso da terceira temporada do podcast Memórias de Galópolis, que também integra um projeto mais abrangente, o “Cartografias Afetivas: territorialidades de Galópolis”, que se desdobra também na Escola Estadual de Ensino Fundamental Ismael Chaves Barcellos, com apoio do Ponto de Memória Inventário Participativo de Galópolis e Associação Piccola Itália.
COMO ACOMPANHAR
O quê: Podcast Memórias de Galópolis. Oito episódios, com produções roteirizadas, entrevistadas, editadas e divulgadas pelos estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Galópolis.
Quando: disponíveis semanalmente às quartas-feiras, às 19h, a partir desta quarta, dia 14, pelas seguintes plataformas: