Dizem que a decoração de Natal em bairros, distritos e pequenas localidades do interior costuma ser mais bonita e atrativa, graças ao envolvimento de seus moradores em torno das celebrações.
Galópolis não foge à regra – e não é de hoje. O trabalho de confecção da árvore de Natal 2020 comunga do mesmo espírito comunitário que sempre norteou o embelezamento do bairro. Dona Lourdes Diligenti Comerlato, 85 anos, que o diga:
“Nasci em Galópolis em 1935 e, desde os primeiros anos de vida, lembro do Natal como era comemorado, com o nascimento do Menino Jesus, o presépio, e as cerimônias litúrgicas na igreja. O Lanifício São Pedro fazia parte desta comemoração, com uma festa no parquinho, onde é a praça, com o pinheiro natural enfeitado, bandeirinhas por todos os lados, luzes coloridas, entregando roupas confeccionadas com seus tecidos, pelas suas costureiras, para os filhos dos operários. E, talvez, por influência do cinema, a figura do Papai Noel (Edmundo Bastian), montado num burro, carregado de presentes, descendo o morro da Rua Pedro Chaves, emocionava a gurizada”.
Lembranças do bairro, como a reproduzida acima, e da trajetória como professora vem sendo compartilhadas por dona Lourdes em seu perfil do Facebook. São relatos carregados de detalhes, que despertam a nostalgia não apenas de quem “se acha” nas fotos ou recorda dos tempos de colégio e das festas da juventude.
Na foto acima e na sequência de imagens abaixo, uma palhinha desse rico acervo fotográfico, agora destacando a árvore de Natal e a decoração da praça de Galópolis no final da década de 1950. Na foto que abre a matéria, a praça devidamente "preparada".
Abaixo dona Lourdes (ao centro) aparece junto aos amigos Ari Vial e Sally Filippi (E), à cunhada Intelvina Comerlato Diligenti e à prima Ines Petreni (D), em frente ao chafariz, onde o pinheirinho costumava ser enfeitado e iluminado.
Retalhos de história
As memórias do antigo Lanifício São Pedro, do trabalho manual e dos pedacinhos de tecido, cada qual com uma história, impulsionaram a confecção da árvore de Natal de Galópolis. Todo esse engajamento dos moradores do bairro, porém, é apenas uma parte do evento "Magia de Natal no Vale Iluminado", surgido ainda em 2005.
Naquele ano, foi criada uma comissão para organizar as atividades natalinas e escolher um título para a celebração. Por meio de um concurso cultural entre as escolas locais, foi escolhido o slogan acima. Nascia aí um envolvimento de toda a comunidade de Galópolis e suas léguas, abrangendo várias ações voluntárias, desde a confecção de enfeites para os espaços públicos até apresentações artísticas – da comunidade para a comunidade.
A pandemia de 2020 atrapalhou um pouco, mas não desanimou a comissão, que se renova anualmente para organizar as tarefas e a programação.
– Unidos pela fé e com a ajuda da comunidade, confeccionamos a árvore de Natal quadradinho por quadradinho, em tricô, crochê, bordado, macramê – contam os organizadores.
Um trabalho coletivo e feito à distância, cada um na sua casa, costurando a sua parte para homenagear a chegada do Menino Jesus, no próximo dia 25.
Parceria
A iniciativa da Associação de Moradores de Galópolis (Amog) teve o apoio da subprefeitura e da empresa Meny Dog, que ajudou na montagem da árvore.
Também auxiliaram no trabalho as empresas Cootegal e Moinhos Galópolis, os senhores Remi Marcolin e Valter Bonato, as famílias Moschen e Brustolin e o Padre Paulo Venturin, pároco de Galópolis.
Colaboração
Informações desta página são uma colaboração de Rosa Maria Diligenti e Lourdes Diligenti Comerlato.