Uma lágrima pelos finados se evapora, uma flor sobre seu túmulo fenece, uma oração pela sua alma recolhe-a a Deus. Provavelmente você já leu essas sentenças de Santo Agostinho em algum “santinho” ou lembrança de falecimento de familiares e amigos. Embora esse vocabulário meio rebuscado tenho caído em desuso - assim como os próprios santinhos -, volta e meia ouve-se por aí expressões que remetem à época de nossos avós (leia no quadro abaixo).
Às vésperas do Dia de Finados, resgatamos alguns exemplares integrantes do acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari. Os documentos destacam desde o convite para as missas de sétimo e de trigésimo dia, até lembranças de um ano de “passamento” e da “união eterna” do referido casal.
Um exemplo é o “santinho” de Elisa Venzon Eberle, falecida em 5 de julho de 1954, nove anos após a morte de Abramo Eberle, em 13 de janeiro de 1945 (foto acima).
“Em 26 de janeiro de 1901, Deus os unia pelo casamento. Deus chamou Abramo Em 1945, separaram-se as mãos, Agora, em 1954, Deus chamou Elisa para a união eterna”.
Confira na sequência mais alguns exemplares.
ONTEM, HOJE E SEMPRE
Confira algumas expressões retiradas de antigos “santinhos”.
:: Partiu para junto de Deus
:: Dor pungente da separação
:: Lágrima perene de saudade
:: Aniversário de passamento
:: Morada do pai celestial
:: Vosso servo (a)
:: Sempre lembrado (a)
:: Eternos agradecimentos
:: Inolvidável memória
:: Do alto do céu se eterniza o espírito
:: Dor inconsolável
:: Vale de lágrimas e dores
:: Eterna mansão
:: Eterna morada
:: Lugar entre os bem-aventurados
:: Roguemos pela alma
:: Piedosa lembrança
:: Saudosa memória
:: Perfume da prece
:: Acalentar a existência dolorida
:: Suavizar a amargura da nossa tristeza
:: Vosso advogado perto do bom Deus
História e legado
Vários dos termos reproduzidos acima também costumavam acompanhar os obituários de jornal, espaço destacado antigamente como “Necrologia”. Independentemente da época, porém, notícias de morte e biografias dos falecidos figuram entre as seções mais lidas, sempre despertando interesse e curiosidade.
Nasceu daí o novo nicho de atuação da Legado Histórias de Vida, empresa caxiense que está completando dois anos de atuação. Sob o comando dos jornalistas Marcelo Aramis e Valquíria Vita, a Legado somou neste período mais de 20 obras, entre perfis póstumos, biografias, histórias de casais e de empresas (em papel e e-book).
A novidade agora é o “serviço de escrita de obituários, que pode servir de homenagem no momento de despedida ou mesmo como uma forma de deixar registrada a história para os descendentes e para a comunidade.
— Acreditamos que toda história é especial e merece ser contada. E em datas como o Dia de Finados, sentimentos de saudade, ou mesmo uma necessidade de homenagear quem partiu, se tornam mais latentes. Queremos mostrar para as pessoas que deixar registrada uma homenagem está ao alcance de todos — explica.
As homenagens podem ser feitas em outros momentos do ano, com apenas um entrevistado ou mais fontes. Saiba mais: www.historiasdevida.com.br.