Até 1952, quando surgiu o novo Banrisul, ele foi o edifício mais alto do trecho da Rua Marquês do Herval entre a Sinimbu e a Avenida Júlio de Castilhos. Falamos do lendário Hotel Menegotto, cujo prédio abrigou anteriormente outros três estabelecimentos do setor: o Hotel Dante, o Hotel Veiga - atingido por um incêndio em novembro de 1925 - e o Grande Hotel Mimoso, instalado ali a partir dos anos 1930.
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Na foto acima, vemos o prédio sediando o Grande Hotel Mimoso, por volta de 1931. Era a época em que o antigo casarão de madeira da família Bonalume, ao lado do hotel, havia sido demolido para dar lugar, em breve, à primeira sede do Cine Guarany (o terreno vazio à esquerda, vizinho ao prédio do Banrisul). À direita, o terreno que receberia, em 1974, a nova agência central do Banco do Brasil. Por fim, na esquina com a Sinimbu, a Casa Minghelli, destruída por um incêndio em 1952 - atual local do Edifício Minghelli e da Joalheria Kaiser.
Nas imagens abaixo, a Rua Marquês do Herval captada a partir da Praça Dante Alighieri, com o hotel e o novo Cine Guarany, na década de 1940.
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Ambrósio Bonalume
A história do imóvel, pertencente à família Bonalume, remete ao espírito empreendedor do italiano Ambroggio (Ambrósio) Bonalume, que integrou os primeiros grupos de imigrantes chegados ao Brasil, em dezembro de 1876.
Nascido na comuna de Monza, na Lombardia, Bonalume (1862-1945) foi um desbravador no processo de industrialização de Caxias do Sul - no ramo vinícola, produziu vinhos da marca Elefante, além de atuar ainda no comércio e na área do curtume.
A família Bonalume, por meio do senhor Adelino Bonalume, administrou o hotel até 1925, quando o estabelecimento passou a ser comandado pelo empresário Antonio Veiga, conforme nota veiculada no jornal Correio Colonial de 16 de fevereiro de 1925 (abaixo). À época, Veiga também comandava o vizinho Hotel Bella Vista, na esquina da Marquês com a Sinimbu.
Anúncios antigos
Nas reproduções acima e abaixo, diversos anúncios do hotel, nas mais diversas épocas e com suas diversas denominações.
Ocaso em 1982
Conforme reportagem do jornal Pioneiro, o hotel encerrou as atividades em março de 1982, 22 anos após ter sido arrendado pela família do senhor Ricardo Martini, em 1960. Após um período de indefinições quanto à sua preservação, o imóvel começou a ser demolido em agosto de 1982.
Na reprodução abaixo, matéria no Jornal de Caxias de 23 de agosto de 1982 destacando o fim daquele que era um patrimônio do Centro Histórico de Caxias.
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