Os arredores da Praça Dante Alighieri já tiveram um atrativo para o público infantil bem diferente do parquinho e dos balanços do antigo calçadão. Quem foi criança no final dos anos 1970 até meados dos 1980 lembra dela: a formiguinha da caderneta de poupança Fin-hab. A enorme pintura abrangia as duas laterais do Condomínio Galeria Auto João Muratore, o popular Caixa de Fósforo, na Av. Júlio, bem defronte à praça.
Embora a publicidade não fosse direcionada aos pequenos, são eles os que mais lembram do desenho. A pintura, acompanhando aquela estética psicodélica e super colorida de 45 anos atrás, trazia, além da formiga regando um jardim florido, nuvens e o desenho do sol próximo ao último andar do prédio.
Ah, sim: além de influenciadas pela pintura, as crianças eram “iniciadas” na arte da poupança com um cofrinho no formato da formiga. Ele era distribuído aos clientes da operadora de crédito Fin-hab.
O prédio
Ícone da área central, o Caixa de Fósforo foi o primeiro arranha-céu de Caxias. O edifício começou a ser construído em 1958 e foi entregue aos primeiros moradores em 1962. Obra do empreendedor Auto João Muratore (daí o nome), o “gigante” de 15 pavimentos chegava com 29 apartamentos, dois elevadores, duas sobrelojas e duas lojas térreas, além de uma galeria que se estendia apenas até a metade da quadra.
À época da construção, várias piadas envolveram o local. Desde o formato, lembrando uma caixa de fósforos, até a altura. Numa época em que a rixa entre cidades vizinhas era mais acirrada, costumava-se dizer que o prédio fazia sombra em Bento Gonçalves.
Parte das informações e fotos desta página foram publicadas originalmente na coluna de 26 de setembro de 2014.
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Curiosidades
:: Quando foi inaugurado, em meados de 1962, o prédio era o mais alto do entorno da praça e de toda a Caxias. A hegemonia acabou no final daquela década, quando começaram a ser erguidos outros exemplares com o conceito de arranha-céu: os edifícios Solaris (na esquina da Júlio com a Dr. Montaury), o Guadalupe (na Montaury, entre a Sinimbu e a Os Dezoito do Forte) e os vizinhos Dona Ercília e Marina (na Marquês, entre Sinimbu e Dezoito). O Parque do Sol só seria entregue na metade dos anos 1970.
:: Devido à altura, o terraço era ocupado inicialmente por moradores para tomar banho de sol ou conferir a vista de 360° da cidade. Hoje, o local é alugado para empresas de telefonia.