Informativo de periodicidade quinzenal, o jornal Ecos do Mundo circulou em Caxias do Sul entre os anos de 1962 e 1964, com distribuição gratuita. Tratava-se de uma publicação atrelada ao Centro Cultural Ítalo Brasileiro (CCIB), à época dirigido pelo empresário italiano Raimondo Paschero, chegado a Caxias do Sul 10 anos antes, em 1952, na companhia da esposa Adriana e da filha Enrica.
Sob a direção de Paschero e Julio Ungaretti, o informativo trazia notícias da cidade, crônicas, opinião, esporte, economia, agitos sociais, educação, entre outros assuntos, mesclando textos de Jimmy Rodrigues e de outros colaboradores à seção "Notiziario Italiano", redigida na referida língua.
O primeiro número do Ecos saiu em 19 de maio de 1962. Foi quando uma badalada festa de lançamento agitou as dependências do Centro Cultural Ítalo Brasileiro, então localizado no Edifício Zatti – na Av. Júlio, ao lado do Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Conforme reportagem da época (foto ao lado), estiveram presentes no lançamento o vice-cônsul da Itália em Caxias, Fulvio Oliva, o jornalista e cronista Heráclito Limeira, bastante conhecido pela alcunha de "Velho Laranjeira", e dezenas de convidados.
São dessas primeiras edições os anúncios reproduzidos abaixo, misturando empresas e serviços que marcaram – e ainda marcam – o cotidiano da cidade: Tecelagem Marisa, Carrocerias Nicola, City Hotel, Casa das Armas, Óptica Caxiense...
Na imagem abaixo, a capa da primeira edição, de 19 de maio de 1962.
Semeadores do progresso
Um dos destaques do quinzenário era a seção "Semeadores do Progresso". O espaço trazia uma minibiografia de personagens – italianos ou descendentes – que haviam contribuído para a economia e o desenvolvimento da cidade. Entraram aí nomes como Guido D'Andrea, Matteo Gianella (foto abaixo), Ambrosio Bonalume, Aristides Germani, Luiz Veronese e Alexandre De Antoni, entre outros.
Nas imagens abaixo, a capa e a contracapa da segunda edição, destacando a festa de lançamento do primeiro número.
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Paschero e o Ítalo Brasileiro
Em 1963, Raimondo Paschero emplacou seu terceiro mandato como presidente do Centro Cultural Ítalo Brasileiro. Da agremiação faziam parte ainda nomes como Isidoro Moretto, Mássimo Nandi, Reinaldo De Carli, Miguel Sehbe, Eleonardo Caffi, Mario Pettinelli, Nirvano Zanetti, Eugenio Coletti, Claudio Eberle, Luiz Galicchio e Aldo Martinato, entre outros.
Foi também representando o Centro Cultural Ítalo Brasileiro que a jovem Enrica Paschero, filha única de Raimondo e Adriana Cattaneo Paschero, sagrou-se princesa da Festa Nacional da Uva de 1961.
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