Para muitos, foi um dos mais belos prédios de esquina que Caxias já teve, juntamente com a Mansão Raabe (Sinimbu com Borges) e a sede do antigo Banco Nacional do Comércio (Júlio com Dr. Montaury). Falamos do Palacete Rosa, ou Palacete das Damas de Caridade, localizado na esquina da Avenida Júlio de Castilhos com a Rua Marrechal Floriano.
Embrião do Hospital Pompéia, a edificação de três pavimentos – datada dos anos 1910 aproximadamente – foi adquirida pela Associação Damas de Caridade para abrigar os primeiros trabalhos do grupo na área da assistência de saúde aos mais necessitados.
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Conforme matéria publicada pelo Pioneiro em 2013, por ocasião do centenário do Pompéia, o prédio foi negociado pela entidade em 7 de abril de 1919. Pouco depois, a associação de mulheres adquiriu a casa de saúde onde atuavam os médicos Cesar Merlo e Henrique Fracasso e mais dois imóveis vizinhos. Estava plantada a semente para o futuro Hospital Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, inaugurado oficialmente em 24 de junho de 1920 sob a direção do médico italiano Romulo Carbone.
O Pompéia funcionou junto ao casarão de esquina até o início dos anos 1940, quando já não comportava mais as demandas da crescente cidade. Maior e bem melhor equipado, o novo prédio foi inaugurado em 25 de dezembro de 1940. Já o velho palacete de esquina funcionou como anexo até meados dos anos 1960, quando foi demolido para abrigar a ala existente até hoje.
Na imagem abaixo, o velho Palacete Rosa e a nova sede do Hospital Pompéia, por volta de 1941. No térreo funcionavam o consultório do médico Félix Spinato e a Livraria Soter (Boa Imprensa). O registro foi feito a partir do casarão de esquina em frente, onde morava o médico Romulo Carbone – posterior residência da família De Carli.
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Conforme dados do Centro de Memória do Hospital Pompéia, antes de ser adquirido pelas Damas de Caridade, o casarão da esquina da Júlio com a Marechal Floriano abrigou por um curto período, provavelmente entre 1907 e 1908, uma das sedes provisórias do Clube Juvenil.
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Na imagem acima, destaca-se o novíssimo trecho da Av. Júlio de Castilhos entre as ruas Garibaldi e Marechal Floriano, após a conclusão das obras de rebaixamento, calçamento e construção dos canteiros da Avenida. À direita, vemos o pioneiro casarão de alvenaria de Stefano Luigi Alberti (também sede do hospital e posterior residência do doutor José Brugger), a nova entrada do Pompéia e, ao fundo, o antigo palacete das Damas de Caridade.
O casarão do imigrante italiano Stefano Luigi Alberti, onde funcionava também o Clube Juvenil, foi cenário do principal acontecimento político dos primórdios do século 20. Foi lá que, em 1º de junho de 1910, um baile comemorava a chegada do trem a Caxias, marcando o início de uma fase de progresso e desenvolvimento. Presidente do clube, Américo Ribeiro Mendes interrompeu as danças, anunciando, pela leitura de um telegrama do Presidente do Estado, Carlos Barbosa, dirigido ao intendente Tancredo Feijó, que a vila de Caxias era elevada à categoria de cidade.
A imagem integra o álbum "Obras do Estado Novo Caxias – Alguns Flagrantes de Urbanização e Saneamento: Administração Dante Marcucci", pertencente à Unidade de Arquivo Público do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
A quadra
O Hospital Pompéia situa-se na primeira quadra urbanizada de Caxias. Isso porque em frente ao terreno estava localizado o escritório da Diretoria da Colônia Caxias, representante local da Inspetoria Especial de Terras e Colonização.
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