Depois de terem assinado contrato com a paróquia para rezarem uma missa “in eterno”, um grupo de 155 pessoas da região de Castello de Arzignano, em Vicenza, Itália, apanharam o navio Berlin, no porto de Gênova, rumo ao Brasil em 15 de dezembro de 1882. Da metade do mês de janeiro de 1883 em diante, os imigrantes já estavam tomando conta das suas colônias, e, por coincidência, praticamente todas as famílias se instalaram na região da 10ª légua da Colônia Caxias, nos travessões Marcolino Moura e Pinhal, região hoje conhecida como Otávio Rocha, em Flores da Cunha.
Dos 1.315 passageiros, 155 formavam as famílias Dani, Tadiello, Lazzari, Molon, Magnabosco, Schnato, Zanini, Pasquali, Verza, Galiotto, Piana, Fracasso, Zorzin, Ferrari, Sbabo e Fochesatto. Em sua grande maioria, as famílias se instalaram próximas, formando uma ilha de vicentinos, agregada a outros grupos de imigrantes antes chegados. Além de sementes, mudas de árvores, e objetos de estimação, as famílias trouxeram uma foto do altar de Santa Eurósia, imagem espanhola muito venerada na Itália. Os imigrantes pediam, em especial, proteção contra os desastres climáticos que poderiam prejudicar a terra e as plantações.
Devido à grande devoção pela santa, a comunidade encomendou uma estátua em homenagem a Santa Eurósia, no atelier Zambelli.
Em outras cidades
Mantendo a tradição de suas origens, as famílias vindas de Arzignano se dedicaram à agricultura, em especial à produção de uvas e à fabricação de vinho, tendo sido a região de Otávio Rocha muito famosa pelo vinho Barbera. Além disso, muitos dos grupos de imigrantes que vieram para o Brasil naquela época, há 135 anos, acabaram por colonizar também as regiões de Antônio Prado, São Marcos, Vacaria e Paraí, levando consigo o amor ao trabalho, a fé e a integração ativa das famílias à comunidade.