Padre João Schiavo (08/07/1903-27/01/1967) foi elevado na fé, na oração, e de igual dimensão no serviço ao semelhante necessitado. Na edição de 29 de abril de 1950, o jornal Pioneiro enalteceu o terceiro ano de atividades do Abrigo de Menores São José. O casarão da antiga sede do Tiro de Guerra foi adaptado para acolher crianças abandonadas e órfãos.
Naquela época, João Schiavo, residindo há 14 anos em Caxias do Sul, já era reconhecido pelo seu comprometimento no ensino. A passagem pelo Colégio Irmãos Chaves, em Galópolis, e a direção do Colégio Murialdo, em Ana Rech, revelaram um homem sensível e exitoso na missão de educar crianças.
Percebendo a seriedade e a responsabilidade de Schiavo, Eusébio Beltrão de Queiroz propiciou a doação da sede do Tiro de Guerra para atender crianças carentes. Na época, Caxias do Sul vivia a harmonia que fortalecia os princípios da coletividade. Todos os esforços eram multiplicado para evoluir, e não dividir.
Padre João Schiavo conduziu o Abrigo de Menores com a grandeza de sua alma. De imediato, os empresários Victorio Corsetti, Virgilio Generosi, Ângelo De Carli, Bruna Dal Corso, José de Souza e Irma Moroso Cunha, além de alunas e professores da escola Duque de Caxias e do Colégio São José e de colaboradores da Metalúrgica Abramo Eberle associaram-se na obra fraterna de João Schiavo, oferecendo educação, roupas e alimentos para as crianças. Velhos tempos, em que o calor humano era mais forte que as leis modernas.
Na imagem percebe-se o outdoor da beatificação de padre João Schiavo, anunciando a cerimônia religiosa marcada para o dia 28 de outubro.
Murialdo na Semana da Pátria
Padre João Schiavo viveu intensamente sua caminhada missionária. Num mundo enfermo de ações e omissões, Schiavo buscou apontar caminhos construtivos e altruístas. Seus exemplos estão vivos, fortalecidos e preservados pelas várias gerações que estudaram no Colégio do Murialdo. No recente desfile da Semana da Pátria, alunos do Murialdo homenagearam a memória do sacerdote italiano.
Processo de beatificação
Padre Orides Ballardin, postulador da causa da beatificação, envolveu-se no processo do padre João Schiavo com dedicação e confiança. No livro escrito por Elisa Rigon, em 2000, padre Orides realça as virtudes espirituais do Josefino, cuja vida missionária foi dedicada a formar corações e humanizar o Brasil.
No plano material, evidencia a dedicação e os sacrifícios em acolher os necessitados. As obras em Fazenda Souza, na construção dos seminários Josefinos e das Murialdinas, bem como o despertar para a consciência cristã junto aos seminaristas, são exemplos concretos do italiano Schiavo, que iluminam o mundo com atitudes do bem.