Leonora Joana Deitos Dalcin nasceu em 25 de junho de 1917, na localidade de Santa Clara Baixa, em Carlos Barbosa. Filha de Domingos Deitos e Anna Dalcin, ia junto com seus pais para Morro Macaco, onde colhiam pinhão, subindo nos pinheiros para ajudar na colheita. Posteriormente, a família comprou um moinho em Santa Clara. Leonora e seus irmãos iam junto com o pai para trabalhar no moinho. Nessa comunidade, construíram uma nova casa, com a cozinha separada, como era de costume na época. Nessa casa, localizada na propriedade que atualmente pertence a Davir Mafassiolli, a família costumava receber e hospedar os padres capuchinhos que iam até a comunidade para rezar a missa. O pai, Domingos, foi um dos fundadores da Cooperativa Santa Clara.
Leonora teve dez irmãos: Pedro, Plácido, Honório Sabino, Ermelinda, Adelina, Honório, Assunta, Amabile Maria, Valdemiro e Eliseu Mariano Deitos.
Em 18 de junho de 1937, Leonora casou-se com Domingos Dalcin. Após seu pai falecer, ela e o marido permaneceram residindo na casa da família Deitos, em Santa Clara, com sua mãe, sua avó Catharina e seus irmãos menores, Eliseu e Valdemiro.
Leonora e Domingos tiveram seis filhos: Gelsemina, Realda Maria, Laurinda, Plácido, Aldino e Vicente. Na residência da família Deitos nasceram as duas primeiras filhas, Gelsemina, em 15 de março de 1939, e Realda, em 9 de junho de 1940. A avó Catharina ainda era viva quando Gelsemina era pequena. Mais tarde, sua mãe, Anna, mudou-se para Veranópolis, levando consigo o filho Eliseu, pois Valdomiro já havia se mudado para trabalhar na ferrovia.
Em meados de 1940, Leonora e Domingos venderam sua propriedade e mudaram-se para uma localidade do interior de Três de Maio, chamada Rocinha, juntamente com outros parentes da família Dalcin. Em Três de Maio nasceram os filhos Laurinda Dalcin, em 5 de março de 1944, e Plácido Dalcin, em 21 de maio de 1946.
Na época, Leonora ficou muito doente, sofrendo de apendicite. Levada ao hospital por conta de uma infecção, foi operada às pressas, e quase faleceu. Quando recuperada, o casal vendeu as terras em Três de Maio e retornou para Carlos Barbosa, após terem ficado um tempo em Torino, na casa dos sogros João Dalcin e Tereza Margarida Canal. Em Torino nasceu o filho Aldindo, que, infelizmente, faleceu com 18 dias de vida. Também em Torino nasceu Vicente, em 3 de abril de 1950. Lá, o casal trabalhava com agricultura. De volta a Carlos Barbosa, Domingos conseguiu trabalho na empresa Tramontina, enquanto Leonora cuidava das vacas, da horta e da roça. Leonora e Domingos vendiam o leite das vacas para os vizinhos, enquanto os filhos, no caminho para a escola, levavam o leite para a vizinhança.
Um quase centenário
Leonora sempre viveu uma vida simples e humilde, com os filhos e o marido Domingos, que faleceu aos 91 anos. Sempre dedicada à família, não perdia a missa dos domingos, as reuniões da Ordem Terceira e a missa dos doentes. Hoje, aos 99 anos, é exemplo de amor, fé e trabalho para o filhos, netos, bisnetos e genros. No próximo domingo, Leonora estará completando 100 anos de idade, e a família fará uma confraternização em sua homenagem na comunidade em que Leonora nasceu, Santa Clara, em Carlos Barbosa.