Cineasta amador nas horas vagas, fundador da lendária Malharia Americana e personagem de um emocionante documentário dirigido por Jorge Furtado, seu Oscar Boz, 96 anos, também dedicou-se ao cultivo de maçãs e à criação de abelhas.
Foi a partir de 1965, em uma chácara em Monte Bérico, que a atividade começou. Inspirado pelo clássico desenho dos estúdios Hanna-Barbera, o aposentado batizou o local de Apiário Zé Colméia, direcionando a produção ao consumo familiar e à venda para amigos e mercados. Posteriormente instalado no então distrito de Ana Rech, o apiário tinha em seu Oscar o responsável por boa parte dos trabalhos.
As primeiras caixas foram compradas, depois, o apicultor adquiriu uma serra circular, confeccionando eles mesmo as casinhas. Na antiga Industrial Madeireira, ele buscava as madeiras truncadas, no tamanho exato para montar as estruturas – os caixilhos também eram feitos por seu Oscar, que recebia apoio dos técnicos agrícolas Giongo e Machado, além de vizinhos chacareiros e amigos como Mascarello, Giacomin, Idarcy e Manoel.
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Reconhecimento
Todo esse empenho foi reconhecido pela sub-prefeitura de Ana Rech. Uma das fotos mantidas no acervo da família, inclusive, traz uma mensagem escrita à mão por ele: “Ao Sr. Enio Todero, subprefeito de Ana Rech, em homenagem como incentivador da apicultura no distrito. Apiário Zé Colméia,11/6/1966, Oscar Boz”.
A fotografia seria entregue 50 anos atrás, durante uma solenidade, mas o político acabou não comparecendo – meio século depois, ela é uma das tantas que exemplificam a atuação multifacetada de seu protagonista.
O Apiário Zé Colméia foi desativado em 1990, mas seu Oscar segue consumindo mel até hoje, diariamente, no café da manhã e na janta. Adora e recomenda para todo mundo. Inclusive, diz que é o segredo de sua longevidade e saúde.
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Uma picada e uma aliança
Entre várias histórias do tempo do apiário e da lida com os insetos, uma, literalmente, marcou: uma abelha picou um dedo de seu Oscar. Tanto inchou que foi preciso cortar a aliança de casamento num ourives.
Boa parte da trajetória do aposentado está registrada no livro Tecendo Memórias, lançado em 2010, quando ele completou 90 anos.
As fotos
Imagens deste post foram feitas pelo fotógrafo Hildo Boff (1931-2014), sobrinho de seu Oscar.
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Parceria
Informações desta coluna são uma colaboração de Maria Luiza Boz, filha de seu Oscar.
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