Depois de 142 anos da chegada do casal suíço Jean François Gedoz e Marie Marguerite Joris Gedoz a Carlos Barbosa, em 1874, parte de seus descendentes irá se reunir domingo, na localidade de Santa Clara Baixa, interior do município.
O primeiro encontro da família Gedoz irá resgatar uma história iniciada em 1859, quando Jean François casou-se com Marie Marguerite. Natural de Saxon, no Cantão do Valais, o casal teve nove filhos: Jean Joseph, Louis, Maurice Leopoldo, Marie Rosine, Adele Emilie Louise, Cesar Erasme e Felix Benjamin, nascidos na Suíça, e Julio José e Seraphim Eugenio, no Brasil.
Em 1874, Jean François Gedoz, Marie Marguerite e os sete descendentes chegaram ao Distrito de Montravel, ex-colônia de Santa Maria de Soledade, hoje Santa Clara Baixa e Santa Luiza. Os Gedoz, juntamente com outras duas famílias, foram os pioneiros da imigração suíço-valesana no Rio Grande do Sul. No ano seguinte, 1875, outras 32 famílias emigraram das comunidades suíças de Charrat, Saxon e Vouvry.
Jean François e os familiares dedicavam-se à agricultura familiar de subsistência: cultivavam trigo, milho, feijão e batatinha. Além disso, criavam pequenos animais, como galinhas e porcos, e posteriormente, bois, cavalos e mulas.
Conforme relatos da família, o solo era bastante fértil para a agricultura, porém a mata tinha de ser cortada com machados, foices e enxadas. Já o relevo, irregular, dificultava o cultivo da terra e o transporte da produção – a colheita era transportada a pé ou em lombo de cavalo.
O processo de adaptação da família também contou com a aprendizagem das línguas italiana e alemã, além do próprio português.
Homenagem nos 140 anos de imigração suíça
A vida na Capela de Santa Clara
A família Gedoz foi uma das responsáveis pela criação da primitiva comunidade de Santa Clara Baixa, em 1881. A casa de Jean François e Marie Marguerite ficava a um quilômetro da Capela e é a mais antiga dos imigrantes suíço-valesanos. Estima-se que a construção do prédio tenha ocorrido em 1877.
Já em 1925, a casa de Jean François serviu de cenário para a comemoração dos 50 anos da imigração suíço-valesana no Estado, onde dezenas de familiares posaram para uma foto histórica (a imagem que abre a matéria). Hoje, restam apenas os alicerces de pedra.
Em junho deste ano, a Associação Suíço-Valesana do Brasil, juntamente com representantes da família Gedoz, inaugurou um marco histórico no local. Para celebrar o feito, alguns dos descendentes se posicionaram em frente da antiga construção e registraram o momento alusivo à fotografia de 1925. O próximo passo é reconstruir a casa e abrir um museu temático.
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Descendentes
Os Gedoz estão espalhados por todo o Brasil e também em parte da Argentina _ na localidade de Jesus Maria, Província de Córdoba, onde o filho primogênito Jean Joseph emigrou e constituiu sua família. Na comunidade de Santa Clara Baixa, cerca de 20 famílias têm algum laço com os Gedoz.
Abaixo, os filhos do casal Jean François Gedoz e Marie Marguerite Joris Gedoz:
Os 140 anos
Em 2015, foram comemorados os 140 anos da imigração suíço-valesana no Rio Grande do Sul. A Suíça é um país dividido em Cantões. Foi do Cantão do Valais, nas localidades de Charrat, Vouvry e Saxon, que partiram as primeiras 32 famílias que se estabeleceram em Carlos Barbosa.
Para estreitar os laços entre os descendentes dos imigrantes, foi fundada a Associação Suíço-Valesana do Brasil, com sede em Carlos Barbosa. No site da instituição, www.asvb.com.br, constam registros sobre encontros de família e acontecimentos em geral.
Festa
O encontro deste domingo (4) irá reunir cerca de 580 descendentes no salão da comunidade de Santa Clara Baixa. A programação inicia às 9h, com recepção, missa festiva e almoço. Mais informações pelo fone (54) 9118.3333 ou pelo Facebook Festa da Família Gedoz.
Informações desta coluna são uma colaboração de Neusa Maria Gedoz, tataraneta de Jean François e Marie Marguerite, bisneta de Felix Benjamin e coordenadora geral da festa.
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