Ainda integrando as comemorações dos 140 anos da comunidade de São Romédio, festejadas em março, recordamos da história de uma das famílias mais tradicionais da localidade: os Fedrizzi, que viram o nascimento e a evolução da comunidade.
Toda essa trajetória remete a 1878, quando o casal de imigrantes italianos Celeste Fedrizzi e Raymonda Webber chegou a então Colônia Caxias. Ali, se firmaram e puderam criar os filhos Giuseppe, Modesto, Rafaele, Otilia, Antonio e Carolina.
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Segundo informações do livro Memórias, de João Antônio Tessari, o casal investiu na agricultura, com produção de uva, trigo, milho, feijão, entre outros. Também criavam vacas, porcos, galinhas e coelhos para a venda e consumo da família. Já a matriarca Raymonda doou parte do terreno e auxiliou na construção da segunda das três igrejas da comunidade, segundo recordações do neto Vasco Fedrizzi, 89 anos.
Vasco Fedrizzi e as lembranças dos 140 anos de São Romédio
Atuação comunitária
Além de contribuir financeiramente para a construção de São Romédio, a família também sempre esteve envolvida com o planejamento da comunidade. Antonio Fedrizzi, filho de Raymonda, presidiu a diretoria da igreja durante alguns anos. A função acabou sendo herdada pelo filho Vasco, que assumiu o posto por duas gestões na década de 1980.
Acima, uma imagem de 1935 em frente à casa da família em São Romédio. Na foto, estão os filhos de Antonio Fedrizzi. A partir da esquerda vemos Fernando Celestino, Zulmiro Antonio (Miro), Antonio (o pai) e Alcides Luiz.
Tradição no Eberle
Além da forte relação com São Romédio, a trajetória de alguns descendentes dos Fedrizzi também dialoga com a história da Metalúrgica Abramo Eberle. Dos oito filhos de Antonio e Eliza Fedrizzi que chegaram à idade adulta (Aldo, Fernando, Oscar, Vasco, Alcides, Zulmiro, Erone e Norma; outros dois faleceram na infância), pelo menos cinco tiveram passagens pela empresa.
Antonio iniciou no Eberle aos 12 anos, quando a metalúrgica ainda dava os seus primeiros passos. Devido a pouca idade, foi incumbido de fazer serviços gerais. Logo, o trabalho foi sendo reconhecido, até chegar ao cargo de chefe de seção. Ao todo, ele passou mais de 50 anos na empresa.
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Durante o período, os filhos de Antonio também foram tendo a oportunidade de trabalhar na metalúrgica. Vasco, por exemplo, entrou na fábrica aos 19 anos, em 1946, e saiu somente em 1986, quando se aposentou. Passou por diversas funções, desde o escritório até a galvanostegia, onde as peças ganhavam banhos de ouro ou prata. Caminho parecido foi trilhado pelos irmãos Aldo Pedro e Oscar Santo.
Na foto abaixo, a homenagem ao 25 anos de trabalho de Aldo no Eberle, em 1961.
Reconhecimento
O trabalho de Aldo foi destacado em um informativo dos 75 anos do Eberle:
"Trabalhando e estudando, dirigindo e sendo dirigido, amando seu trabalho e sua família, Aldo Pedro Fedrizzi é um retrato dos homens que fazem a Maesa crescer, enriquecendo o Rio Grande e engrandecendo o Brasil".