E o mundo segue girando, rodando na sua rota infalível, alheio a nós. Os tempos são de incerteza, sempre foram. A única diferença é que agora estamos todos online, assistindo tudo em tempo real: as tragédias, os desmandos, as vitórias fabricadas. Mas, o que mais me espanta não são as catástrofes ou os escândalos – é a nossa resiliência silenciosa. Não a que bate no peito e diz “sou forte”, mas a que levanta sem alarde, com a coluna reta e o sorriso no canto dos lábios, pronta para mais um dia.
A vida, às vezes, se parece com aqueles desafios que a gente via no programa “Faustão” – um salto no vazio, tentando se equilibrar em um fio que mal se vê, com a certeza de que vai escorregar, cair, mas que depois disso vai se levantar e tentar de novo. E talvez essa seja a maior metáfora da nossa existência: cair e levantar, sorrindo ou chorando, tanto faz. O importante é seguir, mesmo que tropeçando.
Vejo tanta gente se arrastando pelas beiradas, olhando para os lados, tentando entender o que deu errado, tentando encontrar um fio de esperança nesse emaranhado de frustrações. Eu já estive lá. Já fui essa pessoa, encostada na parede, me perguntando se valia a pena insistir. A vida me deu muitas razões para desistir, mas como boa capricorniana teimosa, insisti. O que seria da minha história se eu tivesse entregado os pontos na primeira, segunda ou décima derrota? Eu não estaria aqui, escrevendo para você. E mais importante, não teria aprendido a beleza que existe em continuar, mesmo quando tudo em volta parece implorar para você parar.
Sabe, às vezes, a gente coloca na cabeça que só existe um caminho certo, uma maneira certa de vencer. Achamos que o sucesso é uma linha reta, que a felicidade tem uma fórmula. Mas o que eu descobri, com o tempo, é que o segredo está em perceber que a vida não é sobre chegar a um destino perfeito – é sobre o caminho que fazemos até lá. E que, mesmo que o mundo esteja girando em direções contrárias, o nosso movimento pessoal importa. O nosso girar, com todas as suas falhas e tropeços, tem valor.
Agora, de onde estou, percebo o quanto subestimei minha própria força, o quanto o mundo tentou me convencer que o meu lugar não era aqui, no topo da minha própria história. Mas sabe o que mais? Eu tomei posse desse lugar. E eu sei que você também pode, porque a gente segue girando. Cada passo que damos, mesmo que incerto, é uma afirmação de que estamos aqui, de que estamos fazendo história, a nossa história. Não importa quantas vezes o mundo tente nos derrubar, a gente sempre dá um jeito de se levantar, de olhar em volta, enxugar as lágrimas e dizer: “Aqui estou. Ainda estou.”
Então, o que quero te dizer, de coração aberto, é que a gente é mais do que a soma dos nossos tombos. Somos a soma das vezes que nos levantamos, dos sorrisos que trocamos, do afeto que espalhamos. Porque no final das contas, é isso que importa. O mundo vai continuar girando, com ou sem você. Mas você, ah... você tem o poder de escolher como vai girar com ele. Se vai ser no ritmo de quem dança com medo de cair ou de quem dança com alegria, sabendo que, se cair, levanta e segue. Sempre segue.
E que assim seja.