Sandra Cecília Peradelles
Não se afobe, não, nada é pra já. Assim canta Chico Buarque, numa música antiga que sai de um toca-discos mais antigo ainda, com uma carcaça de madeira nobre, que mora num canto displicente do meu quarto. Enquanto ele canta, tenho meus olhos fixados ao teto, profundamente perdida nas minhas questões humanas cotidianas. Enquanto ele canta, sem me dar conta me perdi do presente, preocupadíssima com o futuro, um pouco amedrontada pela possibilidade do passado se repetir. Enquanto ele canta, noto que através daquela música, tocada aleatoriamente no rádio velho, o universo havia me mandado um recado importante.
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