Desde o dia 19, às 23h40min, o Sol transita pelo signo de Aquário. Temáticas aquarianas já andam em evidência – e assim permanecerão por longo tempo –, tanto pela passagem aí de seu co-regente Saturno, em tensão com Urano, o regente moderno, como pela conjunção neste signo entre Júpiter e Saturno, ocorrida em 2020 e com efeitos prolongados nas mentes e nos movimentos sociais. O futuro e as mudanças necessárias nessa direção estão entre os temas aquarianos urgentes. E a reafirmação da ciência é um desses temas, como vem provando o noticiário, apesar de absurdos negacionismos.
Aquário rege o conhecimento a serviço do homem. Tal conhecimento, quase sempre, é revolucionário em sua amplitude para além do tradicional e conhecido. Se formos pesquisar as origens da moderna ciência, certamente deveremos exaltar a figura do astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), cujas descobertas sobre o movimento dos astros sepultou para sempre a antiga visão de mundo. Contrariando a verdade religiosa, Copérnico mostrou que a Terra girava em torno do Sol e não o contrário. Foi xingado de “astrólogo vigarista” por ninguém menos que Martinho Lutero, o pai da Reforma Protestante.
Então nossos olhos estariam errados quando vemos o Sol se deslocar em seu caminho celeste durante o dia, em torno de uma Terra plana e fixa? Sim: o que vemos depende de como e de onde vemos. Percebemos ilusoriamente os movimentos a partir de um planeta também em movimento. Mesmo contida e refutada pela tradição, a visão de Copérnico abriu caminho para Johannes Kepler (1571-1630) resolver outro problema antigo: a órbita dos planetas – em torno do Sol, claro –, era elíptica e não circular, como se pensava desde Aristóteles. Depois, Galileu Galilei (1564-1642) apontou para o céu um primeiro telescópio e confirmou tudo: Copérnico estava certo! Mas sobrou para Galileu morrer em prisão domiciliar por tamanha heresia.
Aquário, como signo de ar, é associado ao saber da ciência, principalmente em seu aspecto inventivo e revolucionário. Também rege o espaço celeste e o Universo. No signo anterior, Capricórnio, que pertence ao elemento terra, a realidade concreta é percebida e definida materialmente por fatores como tempo e espaço. Causas antecedem consequências num plano lógico. Já sob a ótica aquariana, a visão se abre para o insight, que revela outros paradigmas. É como uma iluminação que viesse do espaço e a tudo clareasse repentinamente, mudando a percepção antiga das coisas.
Outro dia, li uma matéria sobre a nova visão de um cientista português sobre a origem do Universo. Há muito aceitamos a hipótese de um Big Bang primordial ocorrido há cerca de 13,8 bilhões de anos. Agora, o jovem físico Bruno Bento, de apenas 25 anos, sacode nossos referenciais temporais ao propor que o Big Bang foi um marco importante, mas não o começo do mundo. Para ele, há uma espécie de passado infinito! Claro, isso pira nossa mente moldada pelo modelo causal e temporal capricorniano. Mas convém lembrar que, há 500 anos, Copérnico também precisou lutar contra a verdade assentada pela tradição e pela lógica vigente.
Essa aventura do conhecimento é uma das dimensões mais fascinantes de Aquário. Entre resistências e avanços, a ciência sempre está a se reinventar. Imagine o que descobriremos, ou mudaremos de olhar, nos mais de dois mil anos de vigência da vindoura Era de Aquário! A única coisa certa é que os ventos da mudança jamais cessarão de soprar sobre nossas cabeças. Ainda bem.