O Juventude voltou à Série A do Brasileiro e, mais uma vez, é preciso reforçar o quão complicado é para um time do interior do país chegar neste patamar. É uma conquista que beira o heroísmo.
E permanecer neste cenário seria quase como garantir uma taça de Champions League, o principal torneio de clubes do mundo. A comparação pode até parecer descabida, mas essa valorização precisa ser feita para que o torcedor e, principalmente, a comunidade de Caxias do Sul entenda o que representa estar entre os 20 melhores times do país.
Diferentemente do que aconteceu nos anos 1990, quando o Juventude tinha o aporte da Parmalat, das últimas vezes em que frequentou a Série A, o clube caminhou com as próprias pernas. Se reestruturou, modernizou parte do seu Centro de Treinamentos e novamente se colocou como uma postulante a entrar nessa guerra de gigantes.
E aí, a pergunta que mais chega dos torcedores: por que não contratar mais, não gastar mais?
É preciso também pensar no futuro, em não derrubar o clube nas dúvidas. Hoje, a diferença nos valores chega a ser desleal. Das cotas da TV aos patrocinadores. E faz parte do jogo. Só a quantia gasta pelo Flamengo para contratar De La Cruz, por exemplo, seria suficiente para quitar os débitos de quase todo o ano do Juventude.
Mas, então, vale a pena para o clube estar na Série A do Brasileiro, mesmo sabendo de tudo isso? É óbvio que sim.
Foi superando o que parecia impossível que o Ju quebrou a hegemonia da dupla Gre-Nal em 1998 e conquistou a Copa do Brasil no ano seguinte. A partir deste sábado, mesmo em uma disputa desleal, o Verdão será mais uma vez um desafiante destemido.