Há alguns dias já estava ansioso por escrever neste espaço. O ano de 2023 ficou pra trás, mas deixou marcas no futebol caxiense. Antes da virada, a equipe de esportes da RBS na Serra elegeu a seleção com os melhores atletas que entraram em campo pelo Caxias e pelo Juventude no ano que passou. Mas os outros dois colunistas que habitualmente você encontra aqui ficaram com receio ou medinho (risos) de publicar o resultado.
Muitas foram as polêmicas e nem todos foram unanimidade. Nem mesmo o técnico Thiago Carpini, por exemplo. Coube a este humilde jornalista a ousadia de divulgar o time. E entre mortos e feridos, a seleção da dupla Ca-Ju, eleita por maioria de votos, ficou assim: Bruno Ferreira; Reginaldo, Danilo Boza, Zé Marcos e Alan Ruschel; Marlon, Jadson e Nenê; Gabriel Taliari, Eron e Rodrigo Rodrigues. Técnico: Gerson Gusmão.
O critério utilizado não foi quem é melhor, mas quem teve mais destaque em cada posição no ano passado.
Méritos, por exemplo, a Bruno Ferreira, melhor goleiro do Gauchão. Destaque ainda para a defesa com predomínio alviverde. Um dos três melhores sistemas defensivos da Série B. E aí cabe uma menção especial para o zagueiro Danilo Boza, único atleta a atuar em todas as partidas do Ju na temporada, com regularidade e desempenho.
No meio de campo não poderia faltar Nenê. O veterano conquistou o respeito e admiração do torcedor com gols, assistências e muito carisma.
O ataque está repleto de centroavantes. Eron foi decisivo no acesso grená, sendo ainda o maior goleador de uma edição de Série D. Rodrigo Rodrigues, no primeiro turno, e Gabriel Taliari, na reta final, ajudaram a carimbar uma das quatro vagas à Série A para o Juventude. O que mostra como os dirigentes mandaram bem nas escolhas de seus camisas 9, mas deixaram a desejar nas contratações de atacantes de lado de campo.
POLÊMICA NA ESCOLHA
No comando desta seleção a maior surpresa. Thiago Carpini não foi o melhor técnico do ano. Mesmo tirando o Ju da vice-lanterna e conduzindo-o ao vice-campeonato da Série B, o treinador não conseguiu derrubar Gerson Gusmão. A votação terminou em 2 a 2. Tiago Nunes e Eduardo Costa foram em Carpini. Eu e Maurício Reolon em Gusmão. Como o voto do comentarista tem peso dois, Reolon desempatou.
E explico o porquê de meu voto também ser para o atual comandante grená. Gusmão fez o que há oito temporadas nenhum treinador que passou pelo Centenário conseguiu. Estratégico nos matas e cirúrgico nas escolhas, ele teve a coragem de tirar dos 11 titulares atletas que não estavam no melhor momento, como o líder Dirceu, em prol da melhora do time. E com um elenco mais limitado, em relação a outras participações grenás. Gusmão foi decisivo para o primeiro acesso nacional da história do clube.
OS PIORES
A equipe da RBS não elegeu, mas me atrevo a lançar nesta coluna também a seleção dos piores do ano. Afinal, tão importante como enaltecer as escolhas vitoriosas é a lembrança daqueles jogadores que podem até não ser tecnicamente maus atletas, mas não renderam o esperado dentro de campo.
Esta seleção teria: Pegorari; Adriel, Gerardo Gordillo, Felipe Carvalho e Romário; Marciel, Wesley Hudson e Fernando Boldrin; Joãozinho, Minho e Elton. Técnico: Celso Roth. Apesar de Pintado e Tcheco terem desapontado a gregos e troianos, de Roth se esperava mais. Nem a experiência de um campeão da Libertadores foi capaz de fazer o Ju, minimamente, passar das primeiras fases do Estadual e Copa do Brasil.
Gostou das escalações? Não? Quais as suas? E não deixe de ouvir o podcast Paixão Ca-Ju com o debate dos melhores do ano e outros 38 episódios das duas temporadas. Disponível no SoundCloud e Spotify.
Bem-vindo 2024! E com ele, novas escolhas!