Ainda quando era treinador de clubes, Tite sempre utilizou uma palavra que levava como base na busca por conquistas: merecimento.
Tite merece ter uma sorte melhor nesta Copa do Mundo. Fez um trabalho quase impecável nas Eliminatórias, renovou a Seleção Brasileira com um ataque que agora tem inúmeras alternativas e variações, e conseguiu, dentro das suas capacidades de comando, formar um grupo que, pelo menos numa visão externa, encarna um pouco daquele espírito que o torcedor sempre gostou de ver, misturando ousadia e técnica, sem deixar de lado as questões táticas.
O amadurecimento do treinador e de jogadores importantes para o elenco, em especial Neymar, Casemiro e Marquinhos, fazem com que o Brasil tenha uma espinha dorsal ciente das dificuldades que virão pelo caminho. Por outro lado, a juventude e a impetuosidade de Raphinha, Vini Jr., Rodrygo, Martinelli e Lucas Paquetá trazem o frescor necessário para que o Brasil não seja acomodado, busque em campo trazer a brasilidade do drible, do improviso.
Do primeiro passo, nesta quinta-feira contra a Sérvia, até chegar a uma possível e sonhada final, há muita água para rolar. As zebras desses primeiros dias de Mundial acendem uma luz amarela e fazem o Brasil ser ainda mais consciente do que terá no seu caminho. A notícia boa é que, desta vez, por tudo o que foi construído nos últimos quatro anos, Tite e o seu time parecem mais preparados para encarar e chutar para longe as pedras que vão aparecer durante a trajetória nessas próximas semanas no Catar.