Em sua trajetória, Alex Telles soube o que é não ser a primeira opção. E muitas vezes teve sua qualidade questionada. Na base do Juventude, no infanto ou até no juvenil, por vezes nem fardava. Acompanhava os jogos fora de campo, como gandula. Mas isso não o fez querer menos, sonhar menos, acreditar que um dia chegaria a ser um profissional. Ou até sonhar com a Seleção Brasileira.
Quando saiu do Ju para o Grêmio, o olhar de descrença era semelhante. Mas a resposta veio em campo. Em um dos primeiros desafios, pênaltis em um mata-mata de Libertadores. E lá foi ele cobrar. O guri que saiu do Interior. Uma demonstração de personalidade.
E foi ela que depois não faltou na Europa, onde brilhou por clubes de expressão em diferentes países. Agora, diante daquele que tende a ser o grande desafio de sua carreira, como titular da Seleção Brasileira da Copa do Mundo do Catar, todos os ensinamentos e a trajetória até aqui servem como experiência.
Até dá para imaginar o frio na barriga que Alex Telles sentiu ao entrar no gramado do Estádio 974. Ou o que vai sentir quando iniciar uma partida como titular da Seleção, na sexta-feira (2).
Só que aí pesa a seu favor justamente a personalidade. Lembro bem que após a eliminação do Juventude da Série D de 2012, muitos dos jogadores experientes não quiseram falar. No retorno de Cianorte, na porta de entrada do Alfredo Jaconi, quem deu a cara a tapa para o torcedor e lamentou o resultado foram três dos mais jovens: Bressan, Ramiro e Alex Telles.
Não por acaso o trio construiu uma carreira vitoriosa. Não é por acaso, também, que Alex Telles foi convocado por Tite. Não é nenhum bondade de conterrâneos. É mérito, é observar personalidade e comprometimento tático e técnico.
Telles, de novo, não é o jogador mais badalado da equipe. Muita gente ainda é contrario com a sua convocação. Mas, dentro da sua história, o caxiense já mostrou que são nesses momentos que ele cresce.