Caxias do Sul vive um clima diferente. Daqueles que só o esporte é capaz de proporcionar. Um evento olímpico que reunirá pessoas de 77 países, culturas diferentes e a peculiaridade de envolver pessoas surdas. É uma competição para a comunidade surda, mas na qual os ouvintes poderão aprender muito. E conhecer mais.
Por tudo o que se vê agora, fica evidente que a cidade e a organização do evento falharam na divulgação. E nem falo na questão externa, em expor para todo o Brasil o que aconteceria aqui. Mas, principalmente, no envolvimento dos caxienses e serranos com a competição que inicia neste dia 1º. Grande parte da população sequer sabe das Surdolimpíadas. Deve ter começado a se questionar a partir de situações do dia a dia, ao encontrar atletas com fardamentos de diversos países circulando pelas cidades da região.
Mas ainda é tempo de compartilhar e mostrar a relevância deste momento. Esse é apenas um dos pontos dessa competição mágica. A possibilidade de oferecer hospitalidade, turismo esportivo na região, de conviver com a comunidade surda sem qualquer tipo de barreira.
Além disso, especialmente fora da Europa, o esporte para surdos carece da mesma falta de visibilidade aqui dos brasileiros. Então, incluir deveria ser um verbo muito conjugado por aqui nos próximos dias. Um dos nossos desafios como imprensa é justamente contar histórias, mostrar que nossa cidade pode ser empática, sem preconceitos e que tentará, da melhor forma possível, acolher os que chegam.
Será uma oportunidade e tanto. Para vivenciar uma Olimpíada. Para mostrar que o Rio Grande do Sul pode dar exemplo e tornar-se em um futuro próximo uma referência esportiva.