Foi mais uma noite para ficar marcada na memória do torcedor do Juventude. Como tantas outras nas décadas de 1990 e 2000. Com muito menos recursos e um grupo mais enxuto, o time alviverde duelou de igual para igual contra um gigante - e fez isso pela segunda vez na semana. Organizado demais, dedicado ao extremo na marcação e corajoso para atacar, saiu vencedor diante de um Grêmio que tinha mais qualidade técnica, mas ficou só nisso.
No Brasileirão, muitas vezes não bastará apenas o aspecto técnico. O Juvenude encaixotou o Grêmio, segurou Douglas Costa e Ferreira durante toda a partida e ofereceu apenas alguns cruzamentos para a área. Carné quase nem trabalhou. O domínio territorial era ilusório, até porque, em quase todas as oportunidades que tinha para contra-atacar a equipe da casa levava perigo. Finalizou mais e melhor. Gabriel Chapecó fez pelo menos outras quatro defesas importantes.
É uma vitória emblemática em um momento de retomada. Para fazer doer menos os empates contra Cuiabá e América-MG. Para oferecer uma importante tranquilidade para a sequência de trabalho, longe da zona de rebaixamento. E, como não poderia deixar de ser, para encher de moral um time que começou o campeonato desacreditado e sofrendo duas derrotas pesadas em casa, diante de Athletico-PR e Palmeiras.
Ainda é muito, muito cedo para falar em sonhar com algo a mais. O torcedor, óbvio, tem esse direito de, pela euforia dos resultados contra Flamengo e Grêmio, almejar um passo adiante. Porém, o objetivo principal continua sendo a permanência na elite. E isso tem sido muito bem conduzido pela direção alviverde, seja no discurso nas derrotas mais doloridas ou na busca por reforços que encorpem ainda mais o elenco.
Muita água ainda vai rolar, mas hoje, no final de junho e início de julho, o Juventude faz por merecer o fato de estar como o melhor gaúcho na competição. Méritos de uma equipe aguerrida e de um time muito bem dirigido por Marquinhos Santos, que novamente venceu o seu jogo de xadrez contra Tiago Nunes para derrubar o Grêmio.