Entre as paisagens da origem em Garibaldi e o consultório em Caxias do Sul, Everton Antônio Pansera construiu uma jornada marcada por desafios, resiliência e dedicação. Médico atuante há mais de 20 anos, ele revela traços de sua personalidade e paixão pela profissão em cada detalhe de sua trajetória.
— Nunca pensei em exercer outra profissão além da medicina — afirma, com um sorriso sereno, mas cheio de significado — Foi um desejo de infância, como se já estivesse no meu DNA.
Os pais, Dovilio Agostinho Caetano Pansera e Iracema Antonia Pansera, desempenharam papéis fundamentais em sua formação. No entanto, durante o terceiro ano do curso na UCS, Everton enfrentou a perda irreparável do pai.
— Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida — recorda — Ele era meu porto seguro, mas sua partida me ensinou a crescer rápido, a seguir em frente mesmo com o pesar do coração. Cada aula na universidade era um passo na direção do sonho que ele sempre apoiou.
Depois de graduado em 2002, Everton partiu em busca de mais conhecimento. Foi na França, durante uma especialização em Bordeaux, que ele teve um encontro decisivo com a excelência médica. Hoje, é chefe do serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Pompéia e também já atuou na coordenação da área ortopédica do Círculo Saúde, experiências que lhe renderam muito aprendizado.
— Estar ao lado de mestres que moldaram a cirurgia moderna foi um divisor de águas. Aprendi que ser médico vai muito além da técnica; é sobre responsabilidade, é sobre transformar dor em esperança.
Essa filosofia é a base da clínica Vertum 33, onde, ao lado do colega ortopedista Pedro Guarise, ele combina tecnologia avançada com cuidado humanizado.
— Tratamos a pessoa em sua totalidade, não apenas o problema na coluna. É um compromisso de devolver qualidade de vida, mas também de educar para a saúde — explica, com a convicção de quem realmente acredita no que faz — Pedro e eu acrescentamos em nosso arsenal uma maca de tração homologada pelo FDA e ANVISA, que objetiva tratar as mais diversas patologias.
Para Everton, a coluna vertebral é muito mais do que uma estrutura anatômica.
— Ela é o eixo mestre do corpo. Sustenta tudo, protege a medula e, muitas vezes, sofre com a negligência. Nós precisamos cuidar dela, seja com uma boa postura, seja com exercícios físicos regulares — ensina — Uma curiosidade é de que a cabeça pesa mais ou menos cinco quilos. Quando dobramos a cabeça para a frente em um ângulo de 60° para olhar o celular, ela passa a pesar 27kg para a cervical, e isso aumenta muito o risco de doenças discais como hérnia e degeneração dos discos, lesão das articulações e músculos.
Ao falar sobre a escolha de sua especialidade, ele mostra o fascínio pelos desafios.
— A coluna é complexa, intrigante. Exatamente isso me motiva. Não existe uma abordagem universal; tudo é personalizado. Você precisa ser delicado, nunca mais agressivo que a própria doença.
Quando não está no consultório, Everton é um homem de família. Ao lado da esposa, a dermatologista Roberta Lamonatto Pansera, com quem compartilha três décadas de uma sólida parceria, ele encontra refúgio no cotidiano.
— A Roberta é meu alicerce. Tudo o que construí tem muito dela. Somos cúmplices em tudo, do trabalho à vida pessoal.
Ele também valoriza momentos simples, como cozinhar para amigos e família ou pescar, uma de suas maiores paixões.
— Pescar é meu respiro, minha pausa. Estar na água, com amigos, recarrega as energias.
Apesar da rotina intensa, Everton mantém uma motivação inabalável.
— O que mais me inspira é o reconhecimento do meu ofício. Saber que promovo a diferença na vida das pessoas me faz levantar todos os dias.
E, com a sabedoria de quem já viu de perto as complexidades da vida e da medicina, deixa um recado importante:
— Não é normal viver com dor. A Medicina evoluiu muito, e sempre há solução. Procure ajuda, confie nos avanços. Às vezes, a resposta está mais perto do que você imagina.
Mais que um especialista em coluna, Everton Pansera é um exemplo de como a ciência e a empatia podem caminhar juntas para transformar vidas. Uma história que carrega não só a técnica, mas também o coração de quem escolheu, acima de tudo, cuidar.
Raio-X:
- Um hábito que não abro mão é… acordar cedo, geralmente às 5h30min da manhã, ler algum artigo sempre que possível e passear um pouco com meus cachorros.
- Um beijo… de agradecimento à minha mulher, Roberta, que sempre foi mais que só amor. É uma companheira desde o início, quando passamos por muitas dificuldades, até agora, quando conquistamos uma vida bem melhor.
- Um abraço… a todos os meus pacientes, colegas, colaboradores, equipes de hospitais e clínicas. Não haveria razão de exercer essa vocação sem a parceria de todos os que me ensinaram e ensinam diariamente.
- E um aperto de mão… àqueles que transformam de forma positiva o cotidiano de nossa comunidade.
- Gostaria de ter sabido antes que… como diz a sabedoria popular "A vida é um sopro".