A fotógrafa caxiense Daliana Mattana de Oliveira é dona de uma trajetória que se entrelaça entre a nostalgia da cidade natal e as ruas vibrantes de Londres, na Inglaterra. A filha de Joacir José de Oliveira e Eliana Mattana, expande em arte e sensibilidade o olhar atento e observador que resulta em obras que misturam a cultura e a experiência de seus dois antagônicos territórios.
Formada na terceira turma de Fotografia pela UCS em 2008, foi aprimorar habilidades na London City Academy em 2017, Daliana é uma contadora de histórias visuais, capturando o mundo em um hiato de forma abstrata. Seu processo criativo é um mergulho nas mais diversas possibilidades imagéticas, no qual ela transforma o cotidiano em expressões artísticas.
— Considerando que minha mente está sempre fervilhando, imaginando como criar algo e transformar cada um desses aspectos em arte, percebo que, ao sair da rotina, meus olhos se enchem com o novo — compartilha Daliana, que encontra beleza no movimento. Ela busca transmitir uma percepção única por meio de composições em fine art, uma forma de fotoarte que se destaca pela revelação da estética e pela qualidade de impressão, muitas vezes relacionada a fotografias que transcendem a representação visual.
Luzes, cores e ângulos são os elementos que Daliana garimpa para captar imagens inusitadas. Ela vai além do que os olhos veem, conectando-se às fases de sua vida. A série "Calm", por exemplo, são pedaços de pétalas de uma flor. Essa é uma representação de um momento delicado de fragilidade, na qual é possível ressignificar sonhos.
Ao transmitir narrativas fotográficas, Daliana enfrenta o desafio de direcionar seus resultados para coleções mais específicas, guiada pela preferência de seus admiradores por tons neutros.
— Hoje, direciono meu caminho para uma nova fase através de cores. Já compreendi que o meu público se conecta com uma sucessão de fatores, como a atemporalidade — explica. Foi durante a pandemia que Daliana identificou essa fase de reflexão profunda que a levou a repensar seu caminho na profissão.
— De fato tive clareza de que não tinha mais sentido atuar na área da fotografia de família e de eventos, embora tivesse sucesso — revela. Ela encontrou novas perspectivas, não apenas culturais e de segurança, mas, acima de tudo, um renascimento de sua autoestima.
Atualmente, Daliana seleciona seus temas e cenários explorando exposições e intervenções urbanas, em busca de dinamismo e tonalidades em ambientes contemporâneos. Para ela, uma boa fotografia necessita de uma iluminação adequada, técnica essencial que domina e que é constantemente adquirido por arquitetos que se valem das peças que decoram ambientes criativos.
Cada reação e interpretação do espectador exerce uma influência significativa. Daliana destaca que deseja explorar uma paleta de cores vivas, mas, atualmente, se debruça em propostas que traduzem uma simbologia instigante com imagens neutras em que desempenham um papel crucial na obra final. Ela percebe uma inclinação por atmosferas que não causem fadiga, transformando o desafio interno em um resultado exclusivo.
Nossa entrevistada é uma artista da terra que ultrapassa as fronteiras geográficas e visuais, continua a moldar o mundo pelas lentes, convidando-nos a enxergar além do comum e a sentir além do óbvio.
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Olhar em foco
- Um momento que me orgulho: viver meus sonhos sem medo, independentemente de onde for;
- Um desejo: manter por perto todas as pessoas que amo até ficar velhinha;
- Um cenário: Primrose Hill, no Regent’s Park, em Londres;
- Meu lugar favorito é: a ilha grega de Zakynthos;
- Imagem é: a única maneira de eternizar uma fração de segundo;
- Minha maior inspiração: liberdade;
- Lição valiosa: não se compare;
- Uma palavra que me define: doação;
- Um beijo, um abraço e um aperto de mão: um beijo pra minha amiga Caroline Tavares, abraços para os meus pais, Eliana e Joacir, e um aperto de mão para todos que acreditam na minha arte.