Neste fim de semana, a coluna tem a satisfação em apresentar o pensamento e a energia do caxiense Alessandro Fernando Beltrame, 32 anos, persona que conquistou visibilidade pelo comprometimento e habilidade no tratamento com seu público como um dos atuantes sócios do efervescente Tannat Wine Bar, inaugurado em 2020, que ganha trânsito de gente bonita no antigo endereço da Cantina Pão & Vinho, e que segue movimentando a cena enogastronômica da cidade graças ao elo entre Beltrame, Erich Tortelli, Jonatan Bittencourt e Jéverson Brisotto. Graduado em Administração de Empresas com ênfase em Empreendedorismo pela PUC-RS, o filho de Ancélio e Zeli Beltrame, fala de suas expectativas, acertos e desafios.
Qual a passagem mais importante da tua biografia? Até então, é ter conseguido abrir meu próprio negócio de gastronomia e entretenimento e conquistar realização pessoal com ele. Por ser o mais inquieto entre os meus amigos e o empreendedorismo ter esse aspecto como essência. O intercâmbio veio após concluída a graduação, mas teve enorme influência no processo de pensar na minha própria empresa.
Que experiências foram as mais marcantes durante a imersão no exterior? A relação com indivíduos de personalidades e culturas distintas, e os amigos que você acaba agregando. Por exemplo, conheci um suíço na lavanderia de um hostel e posteriormente fiz a viagem mais incrível na companhia dele. Momentos imensuráveis que apenas fora da zona de conforto são possíveis. Além disso, o próprio dia a dia no trabalho, atendendo pessoas de diferentes países e ouvindo suas histórias, para mim, é gratificante.
No comando de um empreendimento de gastronomia e entretenimento de sucesso, quem são as mentes por trás do negócio? Tenho mais três sócios, e somos quatro mentes que fazem o negócio acontecer. Nos conhecemos de longa data, e foi uma união de ideias nossas que fizeram o Tannat sair do papel. Mas principalmente a oportunidade de mercado: à época, uma cidade grande como Caxias do Sul, inserida na maior região produtora de vinhos do Brasil, não havia negócio algum do gênero com foco em vinhos. Somos exigentes e buscamos inovar. Vislumbro um futuro brilhante e se tudo continuar nesse ritmo, daremos um “irmão” para o Tannat.
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- Gostaria de ter sabido antes... que a constância leva ao hábito, e o hábito te leva a excelência. E que tudo que damos ao mundo retorna e ressoa.
- Empreender é… comprometimento, dedicação e inovação.
- O melhor vinho é aquele que… é celebrado com pessoas que amamos.
- Um filme: Interestelar, de Christopher Nolan.
- Um livro: O Sol é para Todos, de Harper Lee.
- Uma série para assistir hoje: Succession, disponível pela HBO.
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Como avalia empreender na Serra gaúcha? É simples ou foi necessário enfrentar barreiras inesperadas? Complicado. Nós, que atuamos com bares e restaurantes brincamos que, se conseguir empreender aqui, certamente o fará em qualquer cidade do Brasil. Enfrentamos problemas recorrentes como em qualquer outro setor. Nosso principal desafio foi enfrentar a pandemia. Iniciamos nossa operação em dezembro de 2020, e em março de 2021, foi decretado o primeiro lockdown que além de afetar a saúde pública, impactou a condução do projeto.
Que lições pode compartilhar de um jovem no comando de um empreendimento gastronômico e de entretenimento? Que nada é fácil. É necessário muito empenho, muita dedicação, por muitas vezes vai até perder o sono, mas ao fim do processo é extremamente gratificante. Que a experiência do frequentador é o que conta para se tornar um habitué.
Quais as novidades que estão programadas para movimentar a casa? Buscamos sempre novos projetos. Em março iniciamos as “Quintas Gastronômicas”, que são noites temáticas em formato de festival, e são um sucesso. Em maio, iniciamos nas terças feiras o “Menu Degustação”, que é um cardápio fechado em três etapas. Agora, vamos apresentar a nova programação que batizamos de “QUARTÔ”, e que ocorrerá às quartas-feiras. Esse é o nosso projeto musical, no qal ao longo dos últimos meses tivemos a companhia do Samba Wine.
Tannat é um tipo de uva. Por que eleger esse nome? Foi escolhido por, além de ser um nome bonito, curto e fácil, ser a uva preferida entre os sócios. É também um palíndromo, que é uma palavra que pode ser lida de trás pra frente e que, independente da direção, permanece a mesma.
Quem foi, ou é, sua grande influência? Os meus pais, Ancélio e Zeli, sem dúvidas. Meus grandes incentivadores. Eu os admiro muito, também, pela trajetória profissional.
Traço marcante de sua personalidade? Sou uma pessoa generosa e ambiciosa. Também, um pouco impaciente e impulsivo, mas faz parte da construção.
Um hábito que não abre mão? O exercício físico.
O que mais respeita no ser humano? A humildade, tratar a todos com a mesma cordialidade.
Um lugar inesquecível e o porquê? A Noruega, onde tive a felicidade de ver a aurora boreal. É espetacular.