O designer de moda Jorge Alexandre Amaro, filho de Jorge Amaro (in memoriam) e Inez Bernardi, alinhava os dias com um pensamento humanista e causa no quesito. Farroupilhense, graduado em Moda pela Universidade de Caxias do Sul e pós-graduado em Gestão Estratégica em Moda pela Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo, onde há muito fixou residência, gosta de misturar a tradição e a multidisciplinaridade com um entendimento de moda e construções modernas, que moldam a trajetória deste capricorniano que se entrega profundamente às suas convicções.

— Minha família tinha uma confecção pequena, cresci nesse mundo, aprendi a costurar muito cedo, foi uma escolha natural, amava ver os desfiles, revistas, desenhar, nunca tive dúvida da profissão que seguiria! Agora, sobre o fato de descobrir que caminho optar na moda, confesso que aprendo diariamente — conta Amaro ao relembrar o porquê de ter escolhido o curso.

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Migrar da Serra gaúcha para São Paulo foi… experimentar novas oportunidades. Independentemente do lugar, se agarre a elas.

Ser reconhecido com prêmios de relevância significa… me desafiar cada vez mais, eu sempre dava um jeito de surpreender em todas as etapas.

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Por aqui, não faltam histórias para nos relembrar como a mente criativa é exemplo de inovação e adesão a tendências. Jorge acredita que suas contribuições no setor possibilitam que mais e mais pessoas encontrem sua expressão única no vestir com personalidade, que é o modo dele se identificar com o mundo e tornar realidade suas produções.

— Ter estilo é uma questão bastante complexa, por exemplo, significa que uma marca pessoal pode estar em tudo o que fazemos e influenciamos. Tem muito mais a ver com ser do que ter, vem de dentro, da postura, do comportamento, da evolução mental, da autoestima e não apenas do guarda-roupas! A pessoa que está bem resolvida, expressa a segurança para vestir o que bem desejar — entende Jorge.

Com a intenção de imprimir autenticidade, o designer contabiliza em seu currículo experiência como Gerente de Desenvolvimento de Produto na grife Neriage e define seu gosto por roupas despretensiosas e diferentes. Ele pavimenta um caminho pautado em identidade e considera atual a versatilidade em aproveitar peças que já existem.

— Ano passado desenvolvi pela Neriage alguns figurinos para a turnê da AnaVitória (a dupla Ana Caetano e Vitória Falcão), nos tornamos amigos. A Ana Caetano,  minha vizinha, acolheu todas as minhas sugestões para os looks dos shows. Foi muito lindo esse trabalho e tenho muito orgulho — relembra.

Entre os tecidos e aviamentos necessários para a produção das roupas, Jorge fica atento para conferir todos os processos que envolvem o desenvolvimento de uma coleção. A moda desperta a mesma paixão e prova que é possível coexistirem ideias clássicas aliadas à contemporaneidade necessária para manter a profissão viva e pulsante.

— O design nacional precisa do mesmo tratamento que é dado às marcas internacionais, só assim conquistaremos relevância e seremos capazes de evoluir em ressonância com o meio — diz Jorge que quer promover uma reflexão aos profissionais de moda que buscam projeção em suas carreiras — Minha motivação é saber que estou construindo história com moda autoral no cenário brasileiro, com parcerias, alianças e propósito! Foco no objetivo final e procuro entregar o meu melhor — finaliza.

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Três momentos que a moda te trouxe alegrias:

• Ver pessoalmente a Gisele Bündchen desfilando. O brilho daquela mulher é inexplicável;
• A aceitação dos corpos, gêneros e a conquista das vozes antes sufocadas em um setor que foi dominado pela hegemonia, assistir a uma apresentação da Savage Fenty e entender os motivos.
• Observar a nova geração ganhar espaço e movimentar as semanas de moda do país.