Apaixonada pela profissão, estudiosa incansável e segura, a fonoaudióloga Aline Ferla construiu uma carreira sólida na especialidade e é referência em sua área de atuação, ainda mais quando se refere ao tratamento de pacientes graves e disfágicos. A caxiense Aline é filha do empresário Vildo Antônio Ferla e da professora Helena Mazzuchini Ferla, que aos 17 anos, com o desejo de sempre caminhar em direção à evolução, realizou uma imersão de estudos no exterior.
— Em 2017, na Argentina, recebi o prêmio de melhor trabalho apresentado em um importante evento internacional de disfagia. Jamais havia imaginado viver algo tão valoroso profissionalmente. Só conseguia pensar em agradecer a todas as pessoas que contribuíram para que eu estivesse lá — rememora Aline ao descrever um dos importantes momentos de sua trajetória.
Com passos firmes, a jovem determinada e voraz por conhecimento, aspectos intrínsecos a sua personalidade, começou a construir a sua história profissional e ganhou voz por onde passou. Formada em Fonoaudiologia, em 2002, aos 23 já era professora substituta do Departamento de Otorrino-Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Maria. Seu dinamismo, aliado à responsabilidade e habilidade de colocar-se em lugar de aprendiz, foi lhe abrindo portas ao longo dos anos.
— Olho para trás com a certeza de ter tomado as melhores decisões com os recursos que tinha em cada momento da vida, aceitar a realidade com a tranquilidade em saber que estou no meu lugar e projetar o futuro com sabedoria para alçar voos maiores, acolhendo o novo com que o viver possa me presentear — conta.
Atuante, Aline retornou para Caxias do Sul em 2011, depois de um intercâmbio em Vancouver, no Canadá - onde aperfeiçoou, também, o idioma inglês - e se estabeleceu profissionalmente na cidade-natal.
— Sou movida a desafios. Sempre idealizei uma clínica conceito, moderna tecnicamente e que se transformasse em referência na região, onde fosse possível realizar tratamentos fonoaudiológicos especializados em Disfagia e em Motricidade Orofacial. O novo endereço que devo apresentar, em junho, no Pharos, concretiza esta importante fase — revela Aline que coordena uma associação beneficente de pacientes oncológicos — Naquele ambiente, transcendo a Aline fonoaudióloga: as atividades propostas para eles são executadas por mim também. Os pacientes dizem que somos uma família. Creio, de alguma forma, que estão certos.
Doutora em Ciências Pneumológicas pela UFRGS, mestre em Distúrbios de Comunicação pela UFSM e especialista em Disfagia, Motricidade Orofacial e Fonoaudiologia Hospitalar, acumula, ao longo de mais de duas décadas dedicadas a especialidade, mais de 30.000 atendimentos realizados e a participação em importantes eventos científicos no Brasil, Argentina, Áustria, Chile, Espanha e Itália, não para.
— Quando criança, fui paciente da Dra. Maria Inês Cavalli, também fonoaudióloga e uma grande amiga da minha família. De lá para cá, uma série de modelos de identificação influenciaram a minha escolha profissional, quer seja pela competência e expertise técnica, quer seja pela destreza humana. Em especial cito a Dra. Ana Maria Toniolo da Silva (in memoriam), que compartilhou seu conhecimento e abriu caminhos para a universidade e a pesquisa científica, pelo tema que sigo apaixonada até hoje — pontua.
Com a certeza de que se encontra em sintonia com o que acredita, Aline não abre mão de estar em movimento. Partilhar pontos de vista e treinar um olhar mais sensível e compreensivo fazem parte de seu dia a dia.
— Gosto da expressão "não há conflito quando estamos no nosso lugar". Meus mais significativos crescimentos profissionais aconteceram com dedicação e esforço, mas também com muita naturalidade e fluidez. Um passo depois do outro, as conquistas foram sempre consequência e nunca um fim. Minha história hoje me dá acesso a grandes nomes e instituições de Fonoaudiologia mundo afora. Compartilhar e estar a pleno serviço da minha profissão e dos meus pacientes, posso dizer, é uma grande satisfação. Equilíbrio: família, trabalho, saúde, relacionamentos e espiritualidade. Nem sempre nesta ordem, mas com atenção a todos estes aspectos. Felicidade é uma constante construção — finaliza.
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Gostaria de ter sabido antes… que maturidade implica escolher, que traz consigo o renunciar.
Ser uma boa profissional significa… realização, comprometimento e oportunidade de encontrar o melhor tratamento para os pacientes. A satisfação traduz-se no cuidado com o outro.
Para mim o mais importante é… ao invés de criar muros, construir pontes e estreitar laços.
Vozes Célebres:
- Agregadora: Cristo.
- Timbre e extensão vocal: Adele.
- Potência fonoaudiológica: Dra. Renata Mancopes.
- Amorosa: Dra. Eliane Corrêa.
- Incentivadora: Vildo Antônio Ferla, meu pai.