Pense nos porquês. Tudo muda o tempo todo, às vezes nem sempre o curso de graduação que idealizamos durante o Ensino Médio ou que prestamos no concurso para o vestibular será nossa decisão definitiva de trajetória. Para Fernanda Luciano, filha de Juliana Mezzomo Luciano e Alierso Augusto Luciano, a escolha parecia óbvia, o Direito, como já havia ocorrido com outros profissionais da área na família. Mas o destino a encaminhou por outro caminho, o qual ela diz, hoje, sentir-se realizada.
— Apesar de não vir de uma família ligada à criação e às artes, o gosto pela arquitetura começou ainda na infância. A cada visita na casa dos meus avós, mudava tudo de lugar. Quando havia uma obra ou reforma por perto, ficava curiosa sobre os processos envolvidos na execução. Na época do vestibular, em meio a tantas dúvidas, optei pelo Direito, seguindo a linha da família, mas logo busquei o curso de Arquitetura e a partir daí sabia que havia encontrado o meu lugar — revela Fernanda, graduada pela Universidade de Caxias do Sul. Tem uma frase de Le Corbusier (1887-1965) que diz “arquitetura é um estado de espírito e não uma profissão” e me identifico muito com esta máxima. Ela me entusiasma, me empolga e me instiga com suas diversas escalas e possibilidades — complementa.
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Nosso lugar preferido em casa é… ao redor da mesa. Gostamos de receber família e amigos para criar boas memórias. Deve ser a tradução do bem viver em espaços de sensibilidade.
Um ambiente equilibrado é aquele que… une o essencial com originalidade.
Casa boa precisa ter… funcionalidade, identidade e aconchego.
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Propósito tem a ver com intenção, com objetivo. É a declaração da diferença que se pretende fazer no cotidiano de quem está próximo. É a resposta clara de por que você faz o que faz. É dessa forma que o arquiteto Marcos Geremia, filho de Miriam Talma Geremia e Paulo Geremia, compreende o mundo. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UCS e pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, sempre foi fiel à sua curiosidade instintiva. Foi por meio da profissão que ele e Fernanda se conheceram e, desde então, entrelaçam as rotinas pessoal e profissional como casal e sócios do escritório Massimo Arquitetura.
— A decisão de prestar vestibular para Arquitetura devo ao meu perfil curioso. Diversas áreas prendiam minha atenção, porém, quando criança, idealizava casas e prédios com desenhos e com a ajuda dos blocos de criar. Acompanhar o cotidiano da minha mãe, que também é arquiteta, influenciou diretamente na escolha da profissão. Hoje, materializar o que colocamos na tela do computador é algo que move meus dias com otimismo — conta o escorpiano do dia 18 de novembro.
Marcos e Fernanda complementam-se. Segundo eles, são a união entre os arquétipos idealizador e realizador. De maneira muito simples, resumem que a rotina do arquiteto dura 24 horas e que o olhar e a mente caminham intuitivamente pela estética e pela técnica, ainda que existam momentos caóticos e burocráticos no que permeia a administração de um escritório.
— Massimo porque durante uma viagem para a Itália visitamos diversos lugares e aquele estilo de vida nos encantou tanto que queremos transmitir um pouquinho disso para cada projeto. Massimo é uma palavra que representa o melhor sempre com a legítima atenção e empenho — diz Marcos sobre estar no comando da própria carreira.
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A principal descoberta na arquitetura foi… que um projeto é uma maratona em equipe com intempéries. Não existe um mundo perfeito, tem que ser profissional para saber lidar com isso.
Luxo é… ter liberdade, ser simples sem ser simplista. É desfrutar de espaços de qualidade e com conforto, assim como ter visuais e contato com a natureza. O projeto precisa ser muito mais do que funcional, ele precisa entreter, relaxar, contemplar e conviver. Nada pode ser arbitrário.
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Alegres com o caminho que suas vidas têm seguido, Marcos e Fernanda planejam um futuro ainda mais repleto de conquistas. Entre os planos da dupla, está ampliar o portfólio de projetos e estreitar a relação com outras áreas criativas para conceber ideias autênticas e atemporais.
— O grande papel da arquitetura é transformar. Quando desenhamos, temos a possibilidade de melhorar a rotina de quem vai aproveitar aquele ambiente. Isso nos fascina muito mais do que apenas o traço. Ficamos muito felizes quando percebemos o impacto que somos capazes de causar no universo particular de cada um que passa pela gente — finaliza Fernanda.