Muitas vezes o direcionamento de carreira começa por uma sensação incomum: sabemos de mil coisas que não gostaríamos de fazer na vida, porém, tirando uns vagos anseios, acabamos por formar uma imagem clara das metas para direcionarmos as ambições. E foi assim que a professora porto-alegrense, há muito radicada em Caxias do Sul, Flávia Fernanda Costa, filha de Carmen Evelise Portilla Costa (in memoriam) e Jorge Alberto Costa, encontrou no ensino sua vocação que, de forma latente, se manifestou para guiá-la profissionalmente.
— Quando iniciei o magistério ainda não tinha a certeza de que seguiria por este caminho. Certamente, minha mentora na época, a professora Marinice Souza Simon foi de extrema importância para o início dessa jornada e, desde então, tem sido uma inspiração. Hoje, a Marinice é dinda do Thomás meu filho caçula — conta Flávia, amorosa mãe também de Georgia Costa Ferreira.
Uma das razões que a nossa entrevistada revela ser seu pilar fundamental é a família. As mulheres, principalmente, sempre a inspiraram força, resiliência e coragem para seguir em frente independentemente das adversidades e, assim, conquistou novos horizontes por meio desta excepcional virtude. A ala feminina sempre é sua referência. Flávia nos conta que sua avó materna, Flávia Stumpf Portilla (in memoriam), viveu plenamente sua vertente empreendedora e a incentivou, desde cedo, a seguir sua intuição, bem como sua mãe, Carmen, de quem herdou exímia graciosidade.
— Lembro-me muito bem de passar as temporadas na Praia de Rainha do Mar com a família na casa da minha avó e essa conexão certamente ficará de herança afetiva para meus filhos. A praia proporciona encontros — diz ela, saudosista e entusiasta dos verões junto a quem ama.
A educação é um elo de amor. Partindo dessa premissa, ao chegar em Caxias do Sul, há dez anos, Flávia foi capaz de iniciar sua jornada em outra cidade e empreender em causa própria. Formada em Pedagogia pela Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras, possui mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e está próxima de concluir seu doutorado em inovação para a educação superior pela Universidade de Caxias do Sul, mesma instituição na qual atua como pró-reitora acadêmica, além de celebrada professora.
— No fim de 2011, quando cheguei em Caxias do Sul, ao acompanhar a adaptação escolar dos meus filhos, me dirigi a muitas instituições de ensino, mas uma em especial nos acolheu de forma completa. Na época dirigida pelos Irmãos Léo Inácio Knapp (in memoriam) e Eucledes Casagrande, o Colégio La Salle Carmo me oportunizou desenvolver e empregar meus conhecimentos na gestão escolar. Atualmente integro a equipe da UCS como docente e pró-reitora, oportunidades possíveis devido ao apoio do professor Evaldo Antonio Kuiava e da educadora Nilda Stecanela — revela.
Ao ser questionada sobre planos futuros, Flávia não hesita em dizer que Caxias do Sul faz parte deles: — Tenho o desejo de continuar contribuindo para que nossa região seja referência em educação. Conexões com o futuro e parcerias de destaque com instituições de ensino superior que agreguem em nossos projetos.
Acolhedora e aberta ao diálogo, Flávia já deixa marcas de um legado e tanto para aqueles que cruzam seu caminho. Na universidade, ela busca estabelecer um elo de pertencimento entre instituição e alunos e promove as novas boas ideias em um movimento constante de valorização das pessoas.
— A cada formando do curso de Pedagogia que acompanho de perto, me realizo em sua satisfação pela escolha desta profissão. Acompanhar e inspirar trajetórias talvez seja meu maior legado — finaliza.
Três títulos para se ter na biblioteca:
- A cruel pedagogia do vírus, de Boaventura de Sousa Santos;
- O futuro começa agora: da pandemia à utopia, de Boaventura de Sousa Santos;
- Foco, de Daniel Goleman.