Talvez seja verdade que não existimos de fato até que alguém nos veja atuando. Para o músico santa-mariense Sasha Zavistanovicz, há muito radicado caxiense, esta sentença, de cunho por vezes filosófico, não se aplica à dedicada carreira que tem construído ao longo de seus 31 anos. Desde tenra idade, Sasha dá mostras ao que veio com talento, criatividade e empatia, e por si só existe em seu virtuosismo.
— Aos 12 anos, assistindo a vídeos da banda Guns N’ Roses, no exato momento em que vi o Slash fazendo os solos de guitarra, decidi que era isso o que faria da minha vida. O impacto daquelas músicas foi tão forte que nunca olhei para trás. Aprendi a tocar o instrumento e, com 15 anos, já atuava profissionalmente — revela o filho de César Zavistanovicz e Edevanir Fátima Soares Zavistanovicz ao contar sua história com a música.
O guitarrista, conhecido pela alcunha artística de Sasha Z, retornou recentemente de uma temporada de estudos no Musicians Institute, em Los Angeles, na Califórnia, onde se aprofundou em teorias e conhecimentos que o auxiliam a desenvolver a tão celebrada carreira. Entre suas realizações mais recentes, figuram o lançamento de singles inéditos, incluindo uma colaboração com os irmãos paulistas Andria e Ivan Busic, da banda Dr. Sin; uma turnê de workshops com Sydnei Carvalho e Cacau Santos; a vinda do lendário guitarrista americano Andy Timmons para uma masterclass em Caxias do Sul; e a participação no evento Gibson Weekend, em Porto Alegre, à convite da Gibson Brasil. Sua larga experiência não se restringe apenas à vida nos palcos, mas perpassa também pela satisfação em atuar como como professor de guitarra e violão.
— A música me trouxe muitos momentos de felicidade. Desenvolver esse lado lúdico, rítmico e social foi fundamental na minha jornada. Por isso, no Artstage, busco explorar essas habilidades e transmitir aos alunos a minha vivência. — diz Sasha que, em setembro deste ano, inaugurou ao lado do amigo e sócio Rafael Bergmann Triches, o Artstage Music Center, um centro de ensino musical que já é referência na Serra gaúcha.
Apesar de assumir o protagonismo em diversos âmbitos de sua vida, nosso entrevistado conta que não é tarefa fácil, e que nem sempre foi simples assim. Precisou adquirir experiência e aprender com os obstáculos em seu caminho. Além do repetitivo estudo dos acordes e riffs, ele domina as técnicas de melodia, cadências e acompanhamento.
— Seja o melhor músico que puder ser. Enquanto isso, estude! Entenda de negócios, marketing e empreendedorismo. Tenha uma boa rede de contatos e faça uso das redes sociais de forma estratégica — sugere o apaixonado marido de Luciana Ruzzarin Basso ao aconselhar aqueles que pretendem seguir na área.
No estúdio, Sasha já lançou um álbum solo de rock instrumental e um disco com a banda Underload, além de ter participado de diversas gravações como músico convidado. Já dividiu o palco com grandes nomes da guitarra como, por exemplo, Edu Ardanuy, Andy Timmons, Cacau Santos, Sydnei Carvalho, Juninho Afram e Rafael Bittencourt.
— Sou bastante eclético dentro do rock. Vou de Beatles a Black Sabbath. Tenho o hábito de consumir música ouvindo os discos completos. Turn Around, do Jonny Lang, é um que sempre ouço — confessa.
É com otimismo e sabedoria que Sasha Zavistanovicz mergulha nas ondas sonoras como estilo de vida. Tocar um instrumento impulsiona alçar novos voos e desbloquear capacidades desconhecidas em alguém, além de nos tornar ouvintes mais críticos.
— Música boa é aquela que é bem tocada, independentemente do estilo — conclui o incensado artista.
Três perguntas para Sasha:
Qual a canção que remonta a sua infância? Mozart. Minha primeira memória musical vem das aulas de violino que tive por um breve período de tempo em Santa Maria, aos quatro anos de idade.
Fale sobre sons e silêncio: precisamos saber a hora de ambos. Vale para música e para vida.
Em que frequência observa o momento atual do mundo? Com otimismo. Prefiro sempre focar no lado bom das coisas. Vivemos uma era de recursos e oportunidades incríveis.