Atitude frente à realidade!
O advogado caxiense Marcelo Bender Demari, 28 anos, filho de Gilberto Leonardo Demari e Rosane Bender Demari, é formado pela Universidade de Caxias do Sul com Mestrado em Negócios Internacionais realizado nos Estados Unidos. Atualmente dedica-se ao estudo da Lei Geral de Proteção de Dados e presta consultoria para pessoas e empresas. Demari, recentemente, foi convidado a integrar a Frente Parlamentar para Startups, Empreendedorismo Inovador e Proteção de Dados Pessoais e planeja apresentar, futuramente, um projeto de lei para o município se adequar às diretrizes da LGPD.
Qual sua lembrança mais remota da infância e que sabor te remete a essa época? Chegar em casa depois da escola e sentar a mesa e esperar o jantar que minha avó preparava. É a importância da família na minha formação, uma vez que pelo fato de meus pais sempre trabalharem muito, ter o apoio de minha avó para cuidar de mim e do meu irmão nestes momentos foi essencial.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? O ser humano está em constante transformação, por isso não acredito em rótulos, mas algumas coisas não mudam. Me considero um indivíduo de bem com a vida, determinado, pragmático e justo.
Qual a passagem mais importante da tua biografia? Minha experiência precoce como administrador de empresas, com certeza definiu meu pensamento sobre muitos aspectos e influenciou diretamente na pessoa que sou hoje.
Defina seu trabalho em uma palavra: relacionamento.
É possível definir objetivamente o que é ser um bom advogado? Encontrar maneiras de atender a demanda do cliente com responsabilidade e justiça.
Existe alguma premissa básica para o relacionamento advogado e cliente? Sim, a confiança.
Como descreveria o Direito? A ciência que absorve as demandas da sociedade, formando assim direitos e deveres para garantir o bom funcionamento dela.
O que pode compartilhar de sua experiência de mestrado fora do Brasil? O pragmatismo americano sempre despertou minha atenção. Me surpreendeu muito a forma de se relacionar em todos os âmbitos, seja social, profissional, pessoal. A burocracia, bairrismo, cultura ainda são impeditivos para a evolução do país como um todo.
Quais os requisitos básicos para quem deseja entrar neste setor? Que conselhos daria a essas pessoas? Relacionamento é muito importante desde o início do curso. A advocacia é uma profissão pessoal. Independente da carreira que escolher, comece cedo. O reconhecimento vem com o tempo e é de extrema importância para captação de clientes. Não fique parado no tempo, atualize-se das novas demandas da área.
O vazamento de dados tem sido cada vez mais comum nos últimos anos. Ao que atribui isso? A relevância dos dados, ou seja, eles são cada vez mais valiosos. E sua alta captação pelas empresas o torna único. A companhia que não analisa seus dados vai, em breve, perecer no mercado.
Que dica daria, por exemplo, para comprar pela internet de forma segura? Verifique a autenticidade do site. Entre em contato com o vendedor, não espere que ele venha até você. Utilize de meios de pagamento seguros de empresas certificadas. Sugiro também cartões virtuais.
Como acha que o Direito pode contribuir para a sociedade? O direito sempre vai estar presente regulamentando as relações entre as pessoas. No âmbito do direito digital muito ainda tem que avançar. Mas isso cai no maior problema do Brasil atualmente no tocante da legislação, que é um país que controla muito através de leis, regulamentações e normas. Porém, é um país que pouco responsabiliza e fiscaliza.
Qual a principal mudança trazida pela Lei Geral de Proteção de Dados? Todos os direitos que a Lei garante são importantes, isto evidencia para o usuário maior segurança, autonomia, transparência em relação aos seus dados.
Que lições tem tirado do exercício do Direito? Tratar o Direito de forma mais pragmática. Não é preciso utilizar os meios arcaicos que os profissionais utilizam para conseguir bons resultados para o seu cliente. Aposte nas pessoas, na melhor forma de resolver os conflitos, a situação que ambos possam vencer de alguma forma, situação que os americanos gostam de chamar de “win-win” ou seja, “vencer-vencer”.
Quem foi, ou é, sua grande influência? Meu pai e minha mãe, impossível não pensar em um sem mencionar a relevância do outro, como um bom casal, sempre atuaram em conjunto, e muito bem.
O que gostaria que todos soubessem: não tão somente é importante que se saiba que é possível escolher seu futuro, mas é necessário que você se aperfeiçoe e se desenvolva. É preciso filtrar com quem se relaciona. Una-se a pessoas que tem fome, pessoas que são imparáveis e que não se contentam com a realidade. As que se recusam a viver a vida como ela é e que querem mais. “Me diga com quem andas que eu te direi quem és”, você vai ser a média das cinco pessoas com que mais convive.
O que gosta de fazer no tempo livre? Meu hobby é pesquisa na área, me atualizar sobre as tendências do momento.
Traço marcante de sua personalidade? Teimosia.
Gostaria de ter sabido antes... relacionamento e escolhas. No final das contas nosso convívio vai trazer as oportunidade para escolhermos nosso caminho, e nosso futuro é o resultado dessas escolhas.
Filme para assistir inúmeras vezes: A Rede Social, do diretor e produtor norte-americano David Fincher.
Não vivo sem: planejamento.
A melhor invenção da humanidade? Números.
Um hábito que não abre mão? Reflexão no fim do dia.
Uma palavra-chave: escolhas.
Reflexão de cabeceira? “Você pode falhar fazendo o que você não quer, então você pode dar uma chance de fazer o que você ama.”
Qual a primeira coisa que fará quando a pandemia passar? Me adaptar ao novo estilo de vida.