Histórias que se conectam com amor!
Para a psicóloga caxiense Samantha Prataviera, entender e aceitar a busca por constante evolução é importante para conviver com ela mesma. Filha de Ruy Estevão Prataviera e Ires Casagranda Prataviera, se revela nessa entrevista como uma mulher forte, determinada, intensa e constante. Casada com o empresário Luciano Bulla e mãe de Sophie Prataviera Bulla, ela ilustra essa narrativa com constância e garante que está conquistando caminhos de ética, sabedoria e autoconhecimento.
Qual sua lembrança mais remota da infância e que paralelo faz com seus filhos? Muitos momentos felizes vividos na nossa chácara em Ana Rech. Tínhamos por hábito passar os fins de semana em família e constantemente recebíamos amigos para nos divertirmos juntos. Meus pais sempre nos estimularam a ter contato com a natureza e com os animais, e essa é uma característica bastante presente na personalidade da minha filha Sophie. Ela adora programas ao ar livre e estar em contato com os animais. Não por coincidência, são as melhores lembranças que tenho do meu irmão Douglas Casagranda Prataviera (in memoriam). Éramos muito companheiros e tínhamos a mesma paixão por esportes e por estar com os amigos.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? Sem dúvidas o título seria Em Constante Evolução. Não conseguiria citar apenas uma passagem, pois acredito que são três os momentos mais significativos da minha biografia. O esporte contribuiu muito para que eu me tornasse disciplinada, determinada e responsável. Fui campeã brasileira de ginástica em 1994 pelo Recreio da Juventude e sempre gostei muito de esportes. Em 1996 perdi meu amado irmão Douglas, o que me conectou com dor e superação. É importante entendermos que somos construídos pela nossa história e ela é feita de momentos bons e outros nem tanto. Em 2017 nasceu minha princesa Sophie e pude experimentar o sentimento mais intenso de todos que é a maternidade. Ser mãe trouxe um sentido único e todo especial para a minha vida.
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Meu avô João Prataviera (in memoriam). Foi um empresário inovador e as lembranças das pessoas que conviveram com ele são muito lindas.
Gostaria de ter sabido antes... o poder de sermos gratos pelo que temos. Pela vida, pela nossa saúde, pelas pessoas que fazem parte da nossa história. Gratidão pelo básico e, ao mesmo tempo, essencial nos fortalece.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? Contém uma dose alta de curiosidade, uma pitada de inquietação, muito amor pelo ser humano e pelas suas histórias.
Como foi no início da sua carreira e por que decidiu pela Psicologia? Em um primeiro momento acredito que a Psicologia tenha surgido na minha vida como uma forma de olhar e acolher a minha própria história. Depois de formada tive a certeza de que minha vocação através da psicologia clínica era ajudar meus pacientes a integrar todas as suas partes e se conectar verdadeiramente com suas histórias também.
De que forma considera que o psicólogo pode influenciar o meio social em que atua para uma sociedade mais justa? Como psicóloga acredito que a melhor maneira de atuarmos para uma sociedade mais justa é pelo exemplo por meio do comportamento. É compartilhando experiências e conhecimento de maneira espontânea que estimulamos as pessoas a refletirem sobre como podem conquistar melhor saúde mental e buscarem a evolução que faz sentido para elas mesmas. A empatia também se faz presente e se mostra essencial. Foi por essa visão, com o intuito de fomentar reflexão e de alguma maneira ajudar as pessoas, que surgiu o trabalho em minhas redes sociais, que conta com o apoio da Nadieli Gross, da ND Conecta. A partir de reflexões simples do dia a dia instigo as pessoas que me seguem a buscarem o autoconhecimento e a olhar para elas mesmas e para a suas reais necessidades. O retorno tem sido muito bacana.
Uma dica para quem deseja estreitar os vínculos afetivos durante o isolamento social? Acredito que a tecnologia nos ajuda muito nesse momento. Desde pequenas chamadas por vídeo até longas conversas com amigos e familiares, passando por videoconferências de trabalho e sessões de terapia online. Minha dica é que as pessoas usem e abusem da tecnologia para se fazerem próximas dos que amam, independente do distanciamento físico.
Como se mantém atualizada na sua profissão? Participando de cursos, formações, workshops, terapia, supervisão de casos clínicos, leituras frequentes. Procuro estar sempre atualizada e em movimento.
Livro de cabeceira: atualmente, Bert Hellinger - Meu trabalho, minha vida.
O que te inspira? As pessoas me inspiram. Dentro das minhas relações, sejam elas pessoais ou profissionais, procuro sempre ampliar o meu olhar e enxergar o melhor delas. Sempre temos o que aprender uns com os outros.
Quais são os seus planos para o futuro? Seguir evoluindo como ser humano e como psicoterapeuta. Não imagino um outro caminho que não o da evolução constante, aprendendo uma situação nova de cada vez e contribuindo de alguma maneira na vida de cada pessoa que cruzar o meu caminho. Estar cada vez mais conectada com a minha família e amigos e curtir plenamente cada etapa da vida.
Amar é... respeitar as pessoas e suas histórias como elas são. Aceitar que somos seres imperfeitos, porém perfeitos em nossa totalidade.
Como alcançar o autoconhecimento na terapia? O autoconhecimento é um processo que merece atenção e dedicação durante toda a nossa caminhada. Por meio dele, buscaremos as mudanças que nos trarão benefícios importantes, tornando nosso cotidiano mais leve e prazeroso. Desta forma, a psicoterapia deve ser uma prática constante na busca por entender as questões que trazem prejuízos. A partir dessa consciência podemos ressignificá-las de uma maneira mais funcional e condizente com a realidade.
É possível ser mãe, profissional e feliz em tempo integral? A felicidade é um estado de espírito, todos nós temos momentos felizes e é neles que devemos focar a maior parte das nossas atenções. Porém, faz parte da jornada do ser humano, ter momentos difíceis nos quais enfrentamos obstáculos. A felicidade transcende estes momentos, sendo um sentimento amplo, que tem relação com a nossa missão, com o nosso propósito de vida. Não é porque enfrentamos dificuldades que devemos ser infelizes. A felicidade também está nos desafios. Sou extremamente feliz como mãe e psicoterapeuta, acolhendo todos os desafios de cada um dos papéis.
O que o mundo precisa para ser mais colaborativo e menos competitivo? Acredito que a humildade é uma qualidade essencial para as pessoas na atualidade. A partir dela é que se constroem ambientes colaborativos e que valorizam a participação de cada indivíduo, considerando suas particularidades e opiniões. Empatia também se faz necessária, visto que, sempre que consideramos o olhar do outro, ampliamos a nossa percepção sobre as situações tornando as nossas escolhas e decisões muito mais assertivas.
O que falta no mundo? Compaixão, empatia e conexão plena.