No vinho, a verdade!
Apaixonada pelo mundo dos vinhos e da gastronomia, Patrícia Binz, filha de Luiz Antônio Binz e Maria Cleomar Gomes Binz, é graduada em Nutrição pela Universidade de Caxias do Sul, atua na área de consultoria no ramo alimentício há 10 anos e há quatro na docência das áreas de Gastronomia e Vinhos. É food hunter da plataforma “Destemperados”, e wine hunter para restaurantes e eventos. Possui especialização em Gestão de Marcas e o título de mestre em Turismo e Hospitalidade, também pela Universidade de Caxias do Sul, no qual estudou, em especial, a sustentabilidade. Casada com Tiago Elias Andreazza, Patrícia possui o nível 3 Wine & Spirits Education Trust e Sommelière Profissional pela Associação Brasileira de Sommelier-RS, além de cursos de extensão diversos em bebidas.
Qual sua lembrança mais remota da infância e que sabor te remete a essa época? Sentada em um balanço, próxima do meu irmão, Eduardo Binz, e vendo a minha avó paterna, Irminia Maria Richter Binz (in memoriam) no último dia que a vi. Os sabores são bem do campo, ao acompanhar o meu avô materno, Evaldo Walternor Gomes (in memoriam) na produção de leite.
Quais as harmonizações entre vinhos e alimentos preferidas? Dentre as minhas preferidas estão as combinações pizza e sangiovese e a clássica tábua de frios com chardonnay com passagem por barrica.
Qual sua bebida favorita? Seria incoerente até se não dissesse vinho! A que realmente mais gosto é o vinho, mas sou sommelière por amar bebidas, como cafés, drinks e destilados.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? A mudança de área profissional, que precisou coragem para assumir o papel de mulher, jovem, que trabalha com bebidas alcoólicas. Mesmo sendo um caminho mais difícil, sabia que me faria feliz. O título seria: A Coragem de Mudar! Prezo muito por acontecimentos e pessoas que me fazem evoluir e todo trajeto até mudarmos as nossas percepções. Aprender com a vida é algo realmente incrível.
Se tivesse vindo ao mundo com um manual de instruções, o que conteria nele? Se você for bom para mim, também serei para você! Não meço esforços por quem amo.
Um hábito que não abre mão? Atividade física, com toda certeza.
Uma pessoa que admira e por quê? Muitas pessoas que são reconhecidas mundialmente no mundo dos vinhos considero realmente incríveis, mas sempre admiro mais as que estão próximas a mim. O meu marido, Tiago, é um homem admirável pela sua inteligência, dedicação e ética no trabalho e que está sempre com o pensamento a frente.
Qual a importância da produção vinícola da Serra gaúcha no mercado internacional? Temos vinhos excelentes por aqui, e cada dia evoluímos mais. Mas o espumante realmente merece o destaque que tem, com sua acidez vibrante e ótima qualidade, por isso é tão importante como porta de entrada em muitos mercados.
Por que o vinho é considerado “um santo remédio”? Devido aos seus nutrientes, como os polifenóis, que atuam como anti-inflamatório, antioxidante, protetor cardiovascular e ainda podem auxiliar no equilíbrio da microbiota, sendo consumido com moderação, inserido em uma dieta e hábitos saudáveis. A minha percepção dos benefícios do vinho se deve muito aos momentos de socialização com a bebida.
Conte-nos um pouco da sua história e como começou no ramo de sommelière? Quando iniciei o trabalho como nutricionista, trabalhei por um tempo em restaurantes, e isso fez com que me aproximasse ainda mais da área relacionada. Logo antes de terminar o mestrado já atuava como docente no ensino superior e coordenava um curso superior de gastronomia. Como trabalhávamos com harmonização, comecei a estudar vinhos por hobby, mas não consegui mais parar os estudos, e assim me mantenho até hoje, uma eterna curiosa da área. Atualmente migrei quase que totalmente o meu trabalho como nutricionista para sommelière, apenas atendo a alguns clientes antigos.
Atualmente, qual é a atividade que mais gosta de fazer na sua área profissional? Compartilhar conhecimento. Dar aula sobre vinhos ou receber os turistas que estão dispostos a aprender e compartilhar também da sua vida, para falarmos dos vinhos da Serra gaúcha e os ensinar sobre esse mundo, é um fascínio para mim.
Qual foi o maior desafio encontrado até hoje? Acredito que tenha sido a mudança de cidade e escola durante a adolescência, algo corriqueiro que me fez aprender muito. Parece que depois desse momento, todos os próximos passos se tornaram mais simples para mim, pois sei que sou capaz de me adaptar.
Quais são suas influências e inspirações? Sou provavelmente bastante influenciada pelos colegas de trabalho e profissão que admiro. Dentre as minhas inspirações estão a crítica de vinhos Jancis Robinson, pela autoridade no mundo do vinho em um ambiente tão masculino e pelas suas conquistas, e meu amigo e gestor, Júlio Cesar Kunz, que ensina diariamente a trabalhar com responsabilidade e manter a leveza da vida.
Qual foi o momento que mais impulsionou a sua carreira? Acredito que o momento de decisão de sair da coordenação de um curso superior para tomar meu rumo sozinha, foi extremamente valioso.
O que faz para se manter atualizada na sua profissão? Não paro de estudar nunca! Na verdade, desde que iniciei na escola, na infância, não lembro um dia se quer no qual eu não estivesse fazendo algum curso. Estudar me mantém ativa e feliz. Além disso, acompanho as redes sociais, site de notícias de vinho, leio artigos recentes e assino revistas da área para sempre saber o que está acontecendo.
Como utiliza o tempo livre? Visitando vinícolas, degustando vinho, apreciando a gastronomia e assistindo a Netflix. São minhas atividades preferidas.
Não vivo sem: amigos.
Gostaria de ter sabido antes... mantenha próximo a você somente pessoas que fazem a diferença e te apoiam de coração.
A melhor invenção da humanidade? Neste momento, a vacina contra a Covid-19.
Quais os seus projetos para o futuro? Viajar para estudar e trabalhar em vinícolas pelo mundo, além de iniciar outra graduação. Um projeto maior está ligado a um local de hospitalidade turística com vinhos. A filantropia também está inserida em meu projeto pessoal.
Reflexão de cabeceira? Por que as pessoas levam a vida tão a sério? Que possamos ser mais leves e deixar a vida dos outros melhor. Meu pai, Luiz Antônio Binz, é um exemplo da maneira como leva a vida.
Quais lições tem aprendido com a crise gerada pela pandemia? A dar mais valor as pessoas que amo, principalmente aproveitar mais os meus pais. Assim como os momentos de socialização, o contato pessoal é imprescindível para o nosso desenvolvimento.
O que vai fazer quando a pandemia acabar? Viajar! Fiquei com diversas viagens somente nos planos e estou ansiosa por esses momentos. Também quero muito reunir os amigos.