No couro e na alma!
A bela Jovana Foresti, filha de Carlos Foresti e Loeci Tonin Foresti, é também uma empreendedora nata e vem dando cada vez mais mostras do que é ser uma mulher de negócios. Natural de Farroupilha, instaurou em Caxias do Sul, em 2017, sua marca autoral, a FIG - Cool Leather, e desde então revela ser uma profissional apaixonada e inovadora. Com apoio de seu partner Josué Bassanesi, hoje, Jovana nos conta um pouco mais de sua trajetória de sucesso.
Qual sua lembrança mais remota da infância? Um macaquinho de pelúcia. Ganhei dos meus pais para que tivesse coragem para dormir sozinha. Ele é meu símbolo de resistência e me acompanha até hoje, sobre a mesa de trabalho.
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Sou muito grata a minha vida, não trocaria.
O que é ter estilo? É a maneira como você se vê, a maneira que você mostra quem é para o mundo.
Qual é a sua história com a moda, como começou e por que decidiu seguir por esse caminho? A paixão pela moda faz parte da minha vida desde pequena. Na indústria de calçados do meu pai, em Farroupilha, foi onde despertou o interesse, mas também passei por outros caminhos do design, longe da moda. Fiz especialização em estratégia e passei por uma imersão em Londres. Um amor pelo comportamento humano e inovação.
Quais são as suas referências na área? Gosto sempre de buscar referências em designers empreendedores, e muitas vezes eles não são famosos. Além desses, gosto muito da italiana Miuccia Prada e da francesa Isabel Marant.
O que te motivou a empreender na Fig - Cool Leather? Desejava algo que ajudasse a transformar a vida das mulheres, que fosse instrumento para sentirem-se fortes e distintas. Sempre senti uma atração pelo business, além de designer, queria ser empresária. Seguir um caminho autoral tendo como base minha própria história, vivências e desejos, e por isso o couro, já que é uma materia prima que me acompanha desde a infância.
Como funciona o seu processo criativo? Criatividade é realmente um processo. Observo a essência de uma mulher, de uma cidade ou do que me inspira naquele momento. De repente me vejo observando a essência de outra coisa bem diferente, como arte, cultura e fundimos em algo novo.
Como lidar com bloqueios e se manter criativo na atual situação mundial? Com muita saúde mental. O mundo está sendo redesenhado e não podemos ter medo disso, somos os designers de nossa vida.
Quais os seus trabalhos ou projetos preferidos? Qual o motivo? A FIG - Cool Leather, fundada em 2017 e em andamento até hoje. Os motivo são principalmente o aprendizado, as conexões e o retorno.
Como observa a cena de moda contemporânea no Brasil? Acredito estarmos caminhando para uma moda mais original, mais fluída e desconstruída. Os produtos autorais serão cada vez mais celebrados em relação as tendências do momento.
De que maneira pensa que o cenário atual está afetando o mercado da moda? A indústria da moda foi afetada pela crise, forçando um repensar de todo o negócio, desde a fabricação até as necessidades dos consumidores. Serão tempos difíceis, mas de enormes oportunidades para aqueles que desejam repensar os produtos e serviços que oferecem, criando um relacionamento mais íntimo com o consumidor.
Qual a importância da sustentabilidade nesse meio? A moda é um dos grandes responsáveis pela deterioração do meio ambiente, mas não vamos parar de nos vestir, então o que precisamos fazer é consumir menos e melhor. Tenho isso como lema. Escolher peças que durem por mais tempo e que não sejam facilmente descartadas. Apoiar o talento local e a escolha por qualidade sobre quantidade.
A era digital vem beneficiando a moda de diversas formas, tornando-a cada vez mais acessível ao público? A FIG nasceu no digital, desde a sua concepção ela foi pensada para que o principal canal fosse a internet. Sempre acreditei que com ela poderíamos chegar mais rápido no coração das pessoas. Hoje mais de 70% das vendas da marca são efetivadas por meio dela, até mesmo para Caxias do Sul. O aspecto difícil é manter a qualidade do conteúdo que precisa ser gerado para interagir por meio das redes sociais e todos os canais online que precisam ser abastecidos.
Quais conselhos daria para quem quer ingressar nessa profissão? Trabalhe no maior número de lugares possíveis, adquira experiência, entenda um pouco de todos os processos. Para iniciar um negócio de moda é preciso planejamento e trabalho constante e isso é no começo, depois é preciso persistência.
Quais são os seus planos para o futuro? Ter filhos, continuar empreendendo na FIG e passar mais tempo com a família.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? O nascimento do meu sobrinho Henrique Horbe Foresti. E o título seria “A vida como ela é”.
Um hábito que não abre mão? De momentos em família, meu refúgio e do abraço diário do meu marido, Josué Bassanesi.
Uma qualidade: resiliência.
Uma palavra-chave: humildade.
Reflexão de cabeceira? “Não tenha nada em sua casa que você não considere ser útil ou belo.” - William Morris.