O hábito do contentamento!
Liliane Rezes da Silva Zamboni, dona do Atelier Lili Rezes, é estilista formada em Moda e Estilo e há muito vem se revelando um nome de expressão no meio. Nascida em Uruguaina, na fronteira do Estado, ela é filha de Joaquim José Gonzalez da Silva e Carmem Maria Rezes da Silva. Por aqui, a bonita esposa do empresário Fernando Luís Zamboni e mãe de Enrico da Silva Zamboni, alinhava peças de alta costura para noivas, debutantes e formandas. Apaixonada pelo que realiza, vive a alegria de quem veste suas criações.
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Voltaria eu mesma! Todas as pessoas são iguais e por trás de um sucesso aparente sempre existe muito esforço, disciplina e persistência. Todos podemos ser vencedores e ter histórias repletas de conquistas.
Qual sua lembrança mais remota da infância? Meu pai, todas as noites, quando colocava eu e meu irmão, Tiago Rezes, para dormirmos e fazia uma oração.
Gostaria de ter sabido antes... a experiência maravilhosa de ter um filho.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? Quando tive a oportunidade de conhecer e confeccionar vestidos para a Miss Brasil Rafaela Zanella, no início da minha carreira em 2006. Foi uma experiência enriquecedora. Ela vestiu minhas criações para a divulgação do concurso viajando toda a semana para eventos em diferentes Estados. Sempre me inspirei nas Misses, no Oscar, em tudo que tenha elegância para criar os looks. Se fosse publicada o título seria: Atraímos o que vibramos!
Qual é a sua história com a moda, como começou e por que decidiu seguir por esse caminho? Desde pequena colocava os saltos da minha mãe, criava desfiles e roupas para as bonecas. Sempre fui voltada para o lado artístico, o feito à mão e o humano. Ali que tudo começou.
Quais são as suas referências na área? Gosto de Oscar de la Renta, Elie Saab, Zuhair Murad, Versace, não me prendo muito a um criador, mas, sim, ao acabamento perfeito da alta costura.
Quais os seus trabalhos ou projetos preferidos? Qual o motivo? Na verdade o que adoro é começar algo novo! Sejam noivas, debutantes ou formandas. Tudo o que envolva festa, comemoração, grande ou pequena, é ter a emoção e a expectativa com quem irá vestir, pois a partir deste momento vivo aquela realidade. O motivo é a alegria nos olhos na última prova e poder fazer parte de uma história feliz.
Como funciona o seu processo criativo, desde a pesquisa até a concepção dos modelos? Começa a partir do contato com quem irá vestir a peça, ela vai descrevendo o que precisa e já começo a formular ideias, avaliando a parte técnica. É um processo natural e tudo vai fluindo, criando esboços e ajustando detalhes pessoais e assim nasce mais uma criação.
Busca estabelecer relações no seu trabalho com outras áreas, como design, arquitetura e arte? Sim, tudo o que seja belo e que tenha harmonia é um equilíbrio aos olhos.
O que considera que são mitos da profissão? De que quem trabalha com moda vive só de glamour, pois trabalhamos com expectativas, com planejamento de anos, situação financeira de cada um, sonho de família. Enfim responsabilidades com dia e hora marcados.
Quais conselhos daria para quem quer ingressar nessa profissão? O primeiro quesito seria empatia, para entender o que o outro precisa. A paciência, pois cada um tem uma maneira de se expressar, alguns com mais facilidade e outras com menos. Disposição e amar o que se faz.
Como enxerga a cena de moda contemporânea no Brasil? Gosto de trabalhar e focar em estilo, que seria a essência de cada pessoa, mas com certeza todos os setores de serviço sofreram com a pandemia em qualquer lugar do mundo.
Qual a importância da sustentabilidade nesse meio? Minha contribuição pensando em sustentabilidade é desenvolver vestidos atemporais, algo que possibilite usar diversas vezes, que se sinta bem, confortável e segura.
O que é ter estilo? É personalidade, independentemente das tendências, não se trata de não seguir a moda e sim usar as tendências sem perder o estilo. Um toque de moda é sempre bem-vindo.
Como tem lidado com os bloqueios criativos neste período de recesso social? Não há bloqueios quando se mantém ativo, trabalhar com artes, customizar peças, estar sempre criando algo novo.
O que significa fazer moda e como isso reflete na sua vida pessoal? Fazer moda para mim é estar feliz, amo criar, movimento é vida! Reflete no meu bem-estar e satisfação, que todos estejam felizes e em harmonia, isso me traz grande alegria.
A era digital vem beneficiando a moda de diversas formas, tornando-a cada vez mais acessível ao público. Quais os pontos positivos e negativos de fazer moda numa era em que quase tudo gira em torno da internet? A informação, a rapidez das tendências, tornando a moda globalizada e poder realizar atendimentos online caso necessário. Os pontos negativos são a robotização, a falta do contato humano e achar que os atendimentos presencias são desnecessários. Não tenho como fazer um vestido com tua alma sem te conhecer, preciso da tua energia.
A melhor invenção da humanidade? Acredito que o telefone, pois permite nos comunicarmos com as pessoas com a vibração e emoção do momento como estivesse do nosso lado.
Reflexão de cabeceira? Livros sobre qualidade de vida, alimentação e bons hábitos. Acredito que somos corpo, mente e espírito e precisamos ter boa saúde para ter um equilíbrio em todas as áreas, manter nossa energia alta porque sem ela não realizamos nada.
Quais são os seus planos para o futuro? Continuar nessa trajetória, priorizando o bom atendimento e satisfação das mulheres a quem visto.
Um hábito que não abre mão? Beber muita água.
Uma qualidade: faço amizades facilmente.
Um defeito: perfeccionismo.
Uma palavra-chave: intuição.