Propósito e inspiração!
Hoje é dia de revelar detalhes do mundo fantástico da jovem publicitária caxiense Victoria de Moura Pires, sagitariana e aniversariante do último dia 5. Formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, em Porto Alegre, a filha de Maria Angela Favretto e Cezar Renato de Moura Pires, é protagonista de um destacado currículo e tem conquistado espaço na cena empreendedora, ampliando o alcance das ideias por meio de seu trabalho criativo. Conheça mais sobre os sonhos desta garota que se vale da empatia também nas ações de trocas profissionais e criativas!
Qual sua lembrança mais remota da infância? As tardes no sofá comendo bolinho de chuva junto com a minha vó (e segunda mãe), Delize Dal Piva.
Gostaria de ter sabido antes... que tudo acontece no momento certo, é só ter um pouquinho de paciência e confiança.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? Seria sobre a minha mudança para Porto Alegre, quando decidi cursar Publicidade e Propaganda. Aos 17 anos, parecia uma decisão muito intimidadora. Ninguém tem muitas certezas depois do término do ensino médio, só o frio na barriga que acompanha toda fase nova e desconhecida. O título seria Created to create, aspiring to inspire (em livre tradução para o português, Criada para criar, entusiasmada para inspirar). É uma frase que traduz completamente o meu propósito.
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Pode ser um personagem de ficção? Porque eu escolheria ser a Anne, a protagonista da série Anne With An E. Ela tem uma visão positiva e poética do mundo e uma personalidade encantadora. Para Anne, tudo é simples, leve e mágico. Com ela, aprendi a apreciar mais a vida como ela é.
Um hábito que não abre mão? Cantar. Mesmo cantando mal. Desculpa, mãe.
Quais músicas não saem da sua playlist? Todas as do último álbum da Taylor Swift, Folklore. As minhas favoritas são Cardigan e The 1. Minha playlist também tem muitas músicas do Frank Sinatra e de trilhas sonoras de musicais.
Qual é a sua história com a publicidade, como começou e por que decidiu seguir? Começou no La Salle Carmo, antes mesmo de aprender a tabuada, aliás, matemática ainda não é meu forte. Vendi bijuteria, chaveiro, adesivo. Adorava expor as bugigangas durante o intervalo. Mais tarde, aos 12 anos, comecei a aprender sobre programas de edição com a intenção de ter um blog profissional, foram três no total, mas a carreira de blogueira não vingou. Com 15, minha mãe me incentivou a ter uma marca própria e foi aí que percebi que amava estar por trás de todas as etapas: planejamento, concepção, atendimento. Aprendi muito com os desafios que surgiram.
Quem é sua referência na área? A designer Jessica Walsh. Ela desenvolveu seu próprio estilo visual e hoje gere um estúdio de design integrado só por mulheres, em Nova York. E o mais legal é que ela é super jovem, mas mesmo assim conquistou muita coisa.
Quais os seus trabalhos ou projetos preferidos? Os últimos em que me envolvi foram especialmente prazerosos e envolveram branding, minha área preferida. O mais recente foi o Alberto Gelato (@gelatosincero), um negócio idealizado por um chef jovem de Caxias. Foi incrível a confiança e a liberdade que me deram para desenvolver a marca. Acaba sendo algo raro no dia a dia essa autonomia para criar, então pude testar coisas novas e confiar no meu gosto pessoal.
O quanto importante foi sua experiência durante a graduação? Há quem diga que criatividade não se aprende, mas eliminando a metodização ela perde muito da sua potência. Sem a faculdade, eu teria demorado muito para desenvolver um senso crítico mais apurado. O ambiente acadêmico me apresentou à Publicidade e ao Design de qualidade, então ainda levo muitas referências da sala de aula comigo. Tive professores maravilhosos na ESPM; ter acesso às experiências deles e trocar conhecimento foi o ponto alto da minha graduação. Além disso, o curso tem uma parte prática que prepara muito bem para o mercado. Levei a sério os trabalhos da faculdade para ter um bom portfólio quando fosse procurar um estágio.
Como é a rotina de um publicitário? Trabalho em uma agência de publicidade de Porto Alegre na área de criação. Minha função é a de direção de arte, o que significa que sou responsável por desenvolver a parte gráfica dos projetos. Sempre que um novo trabalho entra em pauta, ele é realizado juntamente com um redator. Assim, se formam duplas de profissionais de arte e texto. Hoje em dia, o publicitário precisa ter afinidade com outras áreas, ou seja, precisa entender de design, mas também de texto, de planejamento, de audiovisual. Vale mencionar que é um ambiente competitivo. O ego ainda é um problema para alguns profissionais, mas o que impera mesmo é um clima amigável e divertido. Sendo mulher, já presenciei e também vivi situações machistas. Esse ainda é um desafio a ser superado pelo mercado publicitário pelos próximos anos.
O que considera que são mitos da profissão? Acho que o principal é o “sopro” da inspiração, é utopia. O que existe, na verdade, são horas de pesquisa, testes e ideias preliminares até o desenvolvimento da solução.
Quais as maiores dificuldades para um publicitário em início de carreira? Senti que perdi muitos trabalhos bacanas pela falta de experiência. Atuo no meio das agências há apenas três anos e acabei de me formar. Porém, falta de experiência não é sinônimo de ausência de competência, por esse motivo, isso é algo possível de superar a partir de projetos pessoais. Quando quero algo novo, crio projetos paralelos com colegas e nos propomos a colocar nossas habilidades à prova. Percebi também que ter conexões e contatos é fundamental. Na publicidade, as oportunidades começam a surgir a partir de indicações, então pode ser mais difícil no início.
Quais conselhos daria para quem quer ingressar nessa profissão? Em primeiro lugar, ter paixão ou fascínio pela profissão é muito importante, porque ela tem algumas peculiaridades que exigem persistência e muita vontade de quem escolhe esse caminho. Outro conselho é estar sempre aberto a aprender. Vaidade e arrogância só atrasam o processo de desenvolvimento. Se perde ao achar que se sabe tudo quando há grandes profissionais por perto dispostos a compartilhar conhecimento.
Como lidar com bloqueios e se manter criativa? Criatividade é uma característica intrínseca ao brasileiro. A gente aprende a inovar diante das dificuldades e dos desafios, mesmo com poucos recursos. A inspiração vem de fontes aleatórias, por isso é legal se manter sempre por dentro do que acontece e é feito ao redor do mundo. Essa é a minha maneira de afastar os bloqueios criativos.
Quais são os seus planos para o futuro? Dos planos mais “pé no chão” aos mais fantasiosos: pretendo iniciar uma especialização; buscar oportunidades no mercado de trabalho de São Paulo, algo que foi facilitado com a pandemia, já que o trabalho remoto se tornou rotina, e; por fim, gostaria de trabalhar em Nova York - um dia -, uma cidade vibrante e estimulante para quem vive de Publicidade e Design.
O que tem feito para impactar o mundo e as pessoas de maneira positiva? Como diretora de arte, posso ajudar a comunicar e materializar ideias. Sinto um imenso prazer com isso, com ou sem remuneração. Quando as irmãs Bruzetti me apresentaram o Juntim, um evento que reúne brechós, marcas autorais e sustentáveis, eu topei na hora atuar como designer. Encarei como uma chance de fortalecer a cena cultural de Caxias e também uma forma de difundir o consumo sustentável. A publicidade e o design me dão a chance de ampliar o impacto positivo de uma ideia.
Uma mensagem aos leitores: vou dar espaço à alguém que viveu a criatividade: “Comecei a perceber o quão importante era ser um entusiasta na vida. Me ensinou que se você estiver interessado em alguma coisa, não importa o que seja, deve ir em frente a toda velocidade. Agarre-o com os dois braços, abrace-o, ame-o, e acima de tudo se apaixone por isso. Morno não é bom. Quente também não é bom. Apaixonado é a única coisa a ser.” Essa frase é de autoria do Roald Dahl, o autor da Fantástica Fábrica de Chocolate. É exatamente isso!