A leitura de um livro acerca das grandes apresentações do TED, conhecida plataforma virtual onde os convidados falam durante dezoito minutos de um tema de sua escolha, me fez refletir sobre um assunto relevante. A primeira vez que recebemos um “não”, costumamos ficar paralisados. Um sentimento de vulnerabilidade toma conta de nós. Na maioria das vezes, desistimos do intento. Somos tomados pela sensação de haver pouco a se fazer e nos recolhemos, com um gosto de frustração impregnando tudo ao redor. Mas as negativas nem sempre precisam ter esse significado. Podem estar ligadas a intenções alheias a nós. O simples fato de se enviar, por exemplo, uma proposta na hora errada, pode explicar o porquê disso. Os temerosos recuam frente a qualquer decepção. Porém, se temos uma alma bem formada e praticamos a resiliência, a aptidão de persistir se manifestará. Eis aqui a diferença entre o sucesso e a derrota. Somos seres impulsivos e podemos nos surpreender incapazes de insistir depois de uma oportunidade perdida. Fazer um revisionismo maduro pode nos levar a resultados mais adequados.
Estou tentando me encaixar nesta categoria. Ganho força se estou habilitado a refazer meus objetivos. Coloco em prática esse princípio estoico: aceitar que nem tudo pode ser controlado por nós. E firmar a habilidade de saber distinguir o que está em nossas mãos e as tantas circunstâncias pertencentes à ordem da natureza — imutáveis, portanto. Ao invés de abraçar a desesperança, reforço a vontade e vou em busca de múltiplas perspectivas para o que me move. É um exercício difícil e requer a capacidade de mudança de visão. O que decorre, ao alcançar esse propósito mental, costuma ser positivo. A observação dos diversos ângulos que envolvem as questões nas quais a vida é ancorada nos permite ver com amplitude, evitando a paralisia emocional. Tentar o quanto for necessário. Estudar a si e às pessoas com renovado afinco. Perceber como é complexa a arte dos relacionamentos. Esse impulso simboliza algo precioso: na perseverança respaldamos a vitória.
Essa atitude está inserida no campo das ideias. É toda uma arquitetura construída antes dentro de nós. Gosto de pensar na quantidade enorme de ferramentas que podem ser acionadas por cada um. Meditar nas coisas boas que estão por vir nos impulsiona em direção a novas tentativas. Um dia vai acontecer, digo para mim diante de uma rejeição. Recolho-me e analiso o manancial de possibilidades à minha disposição. A solução está presente, repito como uma espécie de mantra. E assim, devagar, vou estabelecendo uma maneira de abordar aspectos vitais. É um movimento interior e ele nos faz ver com mais clareza ângulos desconhecidos. Como se uma cortina fosse retirada e víssemos com nitidez um cenário até então inexplorado.
Tente não ficar preso a uma recusa. É apenas o tom cinza em um mar de cores. O sim pode estar no futuro. Basta estender o olhar.