Como seria tratado hoje um governante com pendores à reflexão? Ele leria A República, de Platão, não como uma utopia, mas uma referência a ser seguida por um líder? E o imperador Marco Aurélio, seria visto como um idealista com ideias admiráveis, mas sem sustentação em uma sociedade tão pragmática como a nossa? Indagações que encontram ressonância em um tempo contaminado pelo utilitarismo. O modelo de pessoa bem-sucedida pertence aos desbravadores de novidades. Cada dia precisa estar impregnado pelos avanços da ciência e da tecnologia. A espiritualidade passou a ser uma nota de rodapé em um universo fascinado pelas opiniões, relevando o mistério à categoria de mera curiosidade. Vivemos, portanto, em uma época de dissolução de valores e da tradição? Não necessariamente. A estagnação pouco eleva o ser humano; exige-se movimento, pois somos regidos pela impermanência.
Impermanência
Opinião
A filosofia é inútil?
Sêneca e Mark Zuckerberg, afinal, poderiam tomar uma taça de vinho juntos.
Gilmar Marcílio
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