Gilmar Marcílio
É provável que antes de dormir, já deitado, você dê uma olhada no seu Instagram ou outra rede social. E pensa: quinze minutos, que diferença vai fazer? Pois sim. A produção de melatonina, responsável por termos um sono tranquilo, permitindo ao cérebro passar por todos os estágios necessários à recuperação física e emocional, diminuirá de maneira considerável. A presença de luz intensa e a agitação mental são prejudiciais e bloqueiam a desconexão da realidade. Poucos se dão conta de como isso irá reverberar nos comportamentos do dia seguinte. Ser estimulado a toda hora compromete o desligamento de determinados circuitos. Precisamos dessas pausas para não enlouquecer. Prive um ser humano disto e você verá o que acontece. Em casos extremos, poderá até provocar colapso físico. As sensações de conforto e a capacidade de raciocinar com clareza dependem de seis ou oito horas, em média, de repouso. E a ansiedade, onipresente na vida contemporânea, acaba se potencializando quando o corpo fica em contínuo estado de excitação. Ter algumas horas a mais para refletir é, em princípio, uma prática de aprimoramento interior. Porém, há de ser um ato voluntário, distanciado do hábito de ficar remoendo problemas de forma obsessiva.
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