O governador Eduardo Leite aparece visivelmente desconfortável em vídeo que postou em rede social (abaixo), na segunda-feira (22) à noite, em que teve de reconhecer como “elogiável e admirável” a mobilização da comunidade que garantiu a construção, em pouco mais de quatro meses, de uma ponte metálica para substituir a anterior, na RS-448, entre Nova Roma do Sul e Farroupilha, que foi levada pela enchente do Rio das Antas em setembro. Ao mesmo tempo em que deixa claro o reconhecimento, ele desabafa:
– Muita gente quer fazer a exploração política desse momento – justificou Leite.
Onde o governo falhou
A mobilização comunitária para substituir a ponte levada pelas águas por uma nova alimentou uma falsa contraposição e compreensão de que a comunidade é capaz de fazer o que a máquina pública se enreda para realizar. A comunidade organizou-se e mobilizou-se para uma obra pontual. Se tivesse de se responsabilizar por obras no cotidiano, logo teria de criar órgãos de controle para recursos públicos.
Onde o governo negligenciou foi em não liderar providências para responder ao caráter emergencial da obra. Essa era sua função. Dias depois da enchente, o governo projetava entregar uma nova ponte até dezembro de 2024. A comunidade assustou-se com o prazo.
Sem previsão de conclusão
O governador buscou evidenciar, na postagem que fez, as limitações da ponte inaugurada sábado (20) dizendo que “o dinheiro público não poderia financiar uma mesma ponte nas condições em que foi levada (pela enchente)”, pois seria questionado por “órgãos de controle e da própria sociedade”. Aproveitou para destacar que o governo está encaminhando solução definitiva, por isso mais cara, “com projeto já contratado e em vias de ser encaminhada à Central de Licitações”. O portal do governo do Estado informa que o anteprojeto deve ser finalizado pelo Daer em fevereiro, com encaminhamento à Cenlic em março, mas ainda sem previsão de conclusão da obra.