A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul deve votar um requerimento para instalação de uma Frente Parlamentar em Defesa do Conservadorismo. A previsão é de que o assunto entre esta semana na ordem do dia, para votação.
O requerimento foi protocolado semana passada pelo vereador Maurício Scalco (ainda no Novo), que encabeça a proposta, e outros sete vereadores. Assinam a proposta, além de Scalco, os vereadores Adriano Bressan (PTB), Alexandre Bortoluz (PP) e Sandro Fantinel (PL), esses três integrantes informais, junto com Scalco, da chamada “frente anti-PT”, mais os vereadores Elisandro Fiuza (Republicanos), Gilfredo De Camillis (PSB), Olmir Cadore (PSDB) e Ricardo Zanchin (Novo). A proposta de frente em defesa do conservadorismo, como se vê, é subscrita inclusive por um representante do PSB e outro da socialdemocracia (PSDB).
O que pretende
A ideia da frente parlamentar tem como objetivo “fomentar, defender e aprimorar a corrente conservadora, visando benefício da própria sociedade, contemplando seus anseios através de debates e políticas públicas que concretizem as bandeiras do conservadorismo”, diz a exposição de motivos do requerimento. “O conservadorismo é um modo de vida, com o qual cada vez mais brasileiros têm se identificado, mas com pouco respaldo dessa corrente em políticas públicas, meios de comunicação e de ensino”, entendem os autores.
Visão de parcela da sociedade
A proposta é surpreendente, pois propõe uma frente parlamentar para fortalecer uma determinada visão ou compreensão de mundo, de uma parcela da sociedade, o que não representa toda a comunidade, como normalmente é o propósito das frentes parlamentares criadas. Abre o precedente para criação de outras frentes similares, utilizando tempo e estrutura do Legislativo, em defesa, por exemplo, do trabalhismo ou da socialdemocracia. O requerimento de criação da frente deve ser votado na próxima semana, e promete polêmica.