A chamada frente anti-PT dá indícios de enfraquecimento já no primeiro ano da legislatura. Sandro Fantinel e Mauricio Marcon, duas referências do grupo, começam a acumular desafetos fora do eixo da oposição (PT e PCdoB) nas últimas semanas. As declarações polêmicas dos dois parlamentares acabam surtindo efeito reverso no plenário, especialmente Fantinel, depois de fala alusiva à sexualidade do governador Eduardo Leite (PSDB) e, na já supramencionada manifestação sobre Ulysses Guimarães.
Marcon, por sua vez, trocou farpas recentes com Juliano Valim (PSD, que pertence ou pertencia à frente anti-PT), além do desgaste na relação com Petrini — que não faz parte da frente, mas simpatizava com termos da "causa".
Seguem — aparentemente — firmes no grupo, além de Marcon e Fantinel, Maurício Scalco (Novo), Adriano Bressan (PTB) e Ricardo Daneluz (PDT). Daneluz, ainda assim, se posicionou de forma diversa à maioria da frente na denúncia contra Petrini. E Fantinel, dizem nos bastidores, teria ficado incomodado com holofotes sob Marcon na ação tapa-buracos realizada por um grupo de vereadores recentemente.
"Não somos crianças"
Na tribuna, além do conflito com Gremelmaier, Fantinel criticou a imprensa. O parlamentar reclamou que um projeto social que desenvolve em paralelo às atividades da Câmara não ganhou divulgação a contento do parlamentar do Grupo RBS. Contestou jornalista (sem mencionar nome), porém, também se disse defensor da liberdade de expressão:
— A gente tem que respeitar o que a Marisol falou: a livre expressão. As pessoas têm liberdade de se expressar, as pessoas têm a liberdade de dizer o que pensam e devem ser respeitadas. Agora, quem é um profissional da imprensa tem que cuidar um pouco mais o que diz.
Marisol Santos (PSDB), contudo, rechaçou:
— Eu falo sobre livre expressão, mas é em todos os casos, e com responsabilidade e seriedade lá e cá. A gente só quer de lá, que venha o respeito, aqui não. Aqui a gente pode falar o que pensar. O que é um jornalista excelente? É o que me elogia. O que é a maçã podre? É o que me critica? Gente, não é assim que funciona não. Nós somos adultos, maduros, não crianças que temos que ficar irritados quando as pessoas nos criticam. A gente tem que aceitar. Lá tem que ser com respeito, aqui a gente pode desdenhar as pessoas, falar da morte de alguém ou fazer algum tipo de comentário ofensivo para colegas ou não? Não pode. Respeito é lá e cá — cobrou a tucana.