Os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Eduardo Leite (PSDB) completam 100 dias hoje. E o impacto direto deles para Caxias do Sul e a Serra Gaúcha, sob o ponto de vista de medidas objetivas, investimentos, obras, serviços, programas, é muito pequeno, quase nenhum.
No caso dos programas, há que se compreender que são ações iniciais. No caso de respostas, que precisam e devem ser permanentes, elas estiveram em falta nesses primeiros 100 dias. As demandas regionais, por critério de prioridade, podem ser agrupadas em três grupos.
1. Investimentos e obras: o prefeito Adiló Didomenico circulou por Brasília tentando encaminhar melhorias na BR-116. Não há respostas objetivas, apenas encaminhamentos preliminares, o que é muito pouco, levando-se em conta o caráter histórico das necessidades, especialmente no trecho urbano da BR-116. O governador Eduardo Leite levou à bancada gaúcha em Brasília uma relação de obras, entre as que considera prioritárias e estruturantes. Entre elas, a extensão da Rodovia do Parque, prolongamento entre Sapucaia do Sul e Portão, a chamada Rodovia da Serra. Não é uma obra na região, mas tem interesse regional. Quanto ao futuro Aeroporto da Serra Gaúcha, o governo do Estado acena que está disposto a participar na execução dos acessos.
2. Educação: há uma grande demanda quanto a reformas emergenciais na estrutura física de escolas estaduais. Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, Colégio Imigrante e Escola Estadual Alexandre Zattera são aquelas com reformas pendentes históricas e graves. Mas, em 100 dias, não houve boas notícias. Nenhuma dessas três reformas foi tocada em frente. Elas não foram incluídas na condição emergencial no plano de obras anunciado pelo governo do Estado em fevereiro para destinação de R$ 30 milhões a melhorias estruturais. Seis escolas de Caxias do Sul foram incluídas no eixo emergencial. Os casos históricos e de maior visibilidade, portanto, seguem na longa espera. No caso do Cristóvão, há quase duas décadas.
3. Saúde: não está equacionado o custeio da saúde pública regional. As obras de ampliação do Hospital Geral, com mais 118 leitos, previstas para serem entregues em junho, necessitam de R$ 6,9 milhões/mês para custeio. Além de mobilização regional para obter contribuição dos municípios, a região busca garantir a participação efetiva e sistemática de Estado e União. Contatos até são realizados, mas, até agora, sem uma resposta efetiva. Outra demanda diz respeito ao chamado Teto MAC (média e alta complexidade), contabilizado em R$ 59 milhões em 2022 para Caxias do Sul, nos cálculos da Secretaria Municipal da Saúde. São custeios que precisam ser equacionados, mas não há perspectiva concreta encaminhada nesses primeiros 100 dias.