A Câmara aprovou na sessão desta quinta-feira (20/4) moção de contrariedade ao tombamento do prédio da Maesa ao patrimônio histórico nacional, com 13 votos favoráveis e cinco contrários – os quatro vereadores de PT e PCdoB mais Gilfredo De Camillis (PSB). "As restrições e burocracias aumentam severamente, o que poderá no futuro até causar a inutilização da área". A moção de contrariedade chegou ao plenário assinada por 15 vereadores.
– Nesse momento a gente não pode burocratizar algo (a ocupação da Maesa) que precisa sair. Parece que tem gente interessada em barrar – disse a vereadora Tatiane Frizzo (PSDB), sintetizando o sentimento dos autores da moção.
São dois os pedidos de tombamento requeridos ao Ministério da Cultura: um assinado pela deputada federal Denise Pessôa (PT-RS) e o outro, pelo ex-vice-prefeito Ricardo Fabris e pela UAB (União das Associações de Bairros). O texto da moção diz que faltou "seriedade" aos requerentes: "Não se questiona a importância do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) na conservação do patrimônio histórico e cultural do Brasil, contudo, devemos ter seriedade e deixar "politicagens" de lado. (...) Quanto ao aspecto político, (o pedido de tombamento) é repleto de oportunismo político e midiático."
Os defensores do tombamento argumentam que tornar a Maesa patrimônio histórico nacional é uma forma de reconhecer a importância que Caxias do Sul tem para o desenvolvimento do país, bem como dos trabalhadores. Acrescentam que a medida torna a Maesa apta a receber recursos orçamentários federais para restauro, conservação e manutenção do complexo.
A moção será enviada ao Ministério da Cultura, Iphan, deputados estaduais e federais da região, entre outros agentes políticos.
Trechos da moção de contrariedade
* "Na prática, seus efeitos (do tombamento ao patrimônio histórico nacional) serão devastadores, colocando em risco a integridade física do patrimônio, a saúde financeira do município, e o atraso injustificável ao início dos reparos e ocupação, dada a desconsideração e desvalorização dos requerentes com todos aqueles trabalhadores e servidores públicos que desenvolveram o excelente trabalho até aqui realizado."
* "Não há necessidade em aumentar o nível de proteção ao patrimônio histórico e cultural em apreço."