Houve contundência em pronunciamentos na primeira audiência pública sobre o futuro da Maesa na quarta-feira. A sugestão do ex-vice-prefeito e assessor jurídico da UAB, Elói Frizzo (PSB), para trocar o nome da frente parlamentar de “A Maesa é Nossa” para “A Maesa é Deles” foi dura e provocativa, como foi provocativa a manifestação do vereador Maurício Scalco (Novo) sobre a “turma do Frizzo”. Assim não se chega a lugar nenhum.
O ainda secretário de Parcerias Estratégicas, Maurício Batista da Silva, alfinetou a administração Pepe Vargas (PT) depois que o petista formulou críticas ao projeto: “Se a prefeitura tivesse se preocupado com as finanças lá em 2004...”, cutucou. O secretário também chamou os defensores de uma fundação (de direito privado) proposta como alternativa ao programa de parceria, nos moldes da Fundação Theatro São Pedro, de “oportunistas revolucionários das redes sociais”.
Da maneira como ficaram explicitadas as diferenças nessa primeira audiência pública, e com a falta de cuidado evidenciada nas colocações, as projeções possíveis para um entendimento não são animadoras. O equacionamento a respeito do modelo para gestão da Maesa caminha para um impasse. Um pedido de providências já foi encaminhado ao Ministério Público por UAB e AMaesa (Associação Amigos da Maesa) requerendo recomendação ao município para sustar o programa de parceria proposto.
Fica uma reflexão necessária às partes envolvidas. É mais prudente e sensato trabalhar a via da convergência possível, partindo de uma compreensão inicial que parece ser comum, de que, de alguma forma, a participação privada deve acontecer. Impasse não será bom para a Maesa nem para a cidade. Não trabalhar as diferenças e empurrá-las para baixo do tapete também não.
Bombeiros, ou pelo menos articuladores com alguma capacidade de aproximar os diferentes, terão de entrar em campo.