Em determinados momentos, o debate em torno da Maesa na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, que confronta o modelo da prefeitura, de gestão privada, com outros entendimentos distintos para a gestão da edificação causa perplexidade e surpreende por ser reducionista, esquemático e binário.
– Ou o prédio fica lá abandonado caindo as paredes por 30 anos ou a gente tem um lugar para toda a população em breve, um centro de cultura, mercado público, centro de convivência – simplificou o vereador Maurício Scalco (Novo).
Ou é isso, ou é aquilo. Mas não é assim. O vereador Scalco não é o único a protagonizar esse debate binário e restrito. Porém, há uma infinidade de possibilidades no meio, desde que o diálogo não seja interditado.
Vereador lamenta audiência "não oficial"
O presidente da Frente Parlamentar A Maesa é Nossa, Rafael Bueno (PDT), segue desconfortável com a convocação de uma quarta audiência pública sobre a Maesa, em 18 de abril, chamada pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária (CLPC), a pedido das entidades comunitárias UAB e AMaesa (a Associação Amigos da Maesa).
– (O que se vê é) Uma entidade usar do expediente da Câmara para chamar uma audiência pública. O que nós precisamos é olhar para frente. Não fazer reuniões paralelas, que não sejam oficiais. O que temos hoje são três (audiências) oficiais – lamentou.
A CLPC é presidida pelo vereador Lucas Caregnato (PT).
– Os quatro integrantes da comissão não comungam com essa audiência pública. O senhor está chamando (a audiência) como presidente – disse Bueno a Caregnato.
O petista explicou que a reunião que marcou a audiência teve a participação de assessores de dois vereadores. Nenhum outro participou.
Neste momento, quanto mais audiências públicas, melhor. É mais diálogo.