A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Flórida, combinada com a manifestação do presidente em exercício Hamilton Mourão em rede nacional no sábado (31/12), na despedida do governo que sai, desmobilizou bolsonaristas. Não por completo.
No domingo à tarde, ainda havia algumas dezenas de pessoas em frente ao quartel do 3º GAAAe, em suas cadeiras de praia (foto maior, acima). Mas também havia sinais de desmontagem do acampamento que ficou dois meses no local (foto menor).
Desde sexta (30/12), começou, para os apoiadores do ex-presidente mobilizados na frente de quartéis, o choque de realidade de que o governo eleito tomaria posse. Mesmo assim, algumas teorias conspiratórias ainda circulavam em aplicativos de mensagens.
Mas Lula subiu a rampa e já governa.
Forças Armadas no brete
Ao fim e ao cabo de todos os desdobramentos do resultado das urnas, o agora ex-presidente Jair Bolsonaro colocou as Forças Armadas em um brete. A situação foi mencionada, sem referências nominais, pelo agora ex-vice Hamilton Mourão em seu discurso no sábado (31/12) em rede nacional, na despedida do governo.
Nas entrelinhas das manifestações, ficava a sugestão dos apoiadores de que as Forças Armadas, a quem os manifestantes pediam socorro, deveriam tomar alguma iniciativa para reverter o resultado das urnas. Mas elas não podiam, por força da democracia brasileira e da falta de condições políticas para a aventura de uma ruptura. Por não agir nesse rumo, ficaram expostas perante parte dos apoiadores do ex-presidente.
Os manifestantes esperaram pela ação das Forças Armadas, que não veio.