O fato político mais importante da terça-feira (12/7) foi o retorno da vereadora Estela Balardin (PT) à Câmara de Vereadores depois de 103 dias afastada em licença-saúde. Porque conversa com a valorização e o cuidado com a vida. Estela fez um discurso breve, em declaração de liderança de seu partido. Não mais do que três minutos em um discurso lido, um texto manuscrito que ela escreveu em uma folha de caderno (na foto acima).
Estela pontuou no texto que leu o compromisso com um serviço público de qualidade, a defesa do SUS e o senso de coletividade. Ela usava uma camiseta com a inscrição #Defendo o SUS todos os dias.
– Volto para esse espaço com ainda mais esperança. Penso o serviço público como uma das principais ferramentas para a garantia digna de direitos. Nesses praticamente dois meses no hospital, isso se torna mais evidente dentro de mim e de minha luta. A luta pelo fortalecimento da saúde pública é a luta pela vida. Viva o SUS. E a nossa luta por um serviço público de qualidade _ defendeu Estela.
O outro eixo das saudações e manifestações em torno da volta de Estela foi a necessidade da luta por desenvolver políticas públicas para a saúde mental.
_ Nós temos que falar da saúde mental. Nós muitas vezes não estamos bem. Por isso nós temos de tratar de saúde mental. Que possamos fazer e desenvolver políticas públicas. Precisamos ter esse tema como prioridade – destacou o vereador Rafael Bueno (PDT).
Estela referendou a preocupação de Bueno:
_ Esse assunto não coloquei no discurso porque é muito delicado para mim tratar, mas é exatamente isso. Nós precisamos falar sobre saúde mental. A gente não é forte o tempo todo, não dá conta de tudo o tempo todo. Precisa profissionais adequados para estar ao nosso lado. A importância disso ser disponibilizado de forma gratuita à população. Viva o SUS, vamos falar de saúde mental _ encerrou Estela.
Voz embargada
Um dos momentos mais sensíveis da sessão que marcou o retorno de Estela Balardin à Câmara foi a manifestação do vereador Renato Oliveira (PCdoB), com a voz embargada:
_ O Serrano precisa da senhora, a reciclagem precisa da senhora, os movimentos sociais precisam da senhora, aquelas pessoas que estão com fome precisam da senhora _ sintetizou Renato, emocionado.
"Um passo atrás"
Já o vereador Felipe Gremelmaier (MDB) reforçou a necessidade de políticas públicas para a saúde mental e destacou a necessidade de dar o que chamou de "um passo atrás", isto é, "a capacidade de entender que precisamos de ajuda".
_ Como setor público, como política pública, temos de incentivar que as pessoas deem um passo atrás. Temos que quebrar o preconceito do psicólogo e do psiquiatra, que eles precisam ser procurados, sim. Temos que fazer com que o município tenha cada vez mais oferta desses profissionais. Talvez seja a principal doença na sociedade _ destacou.